Sábado, 16 de julho de 2011
Da revista IstoÉ
Empreiteiras beneficiadas por Paulo Sérgio Passos na liberação de R$ 78 milhões para obras irregulares doaram mais de R$ 5 milhões a candidatos do PR nas eleições do ano passado
Empreiteiras beneficiadas por Paulo Sérgio Passos na liberação de R$ 78 milhões para obras irregulares doaram mais de R$ 5 milhões a candidatos do PR nas eleições do ano passado
Sua escolha foi uma cartada da presidente
Dilma Rousseff para moralizar o setor de Transportes, alvo de uma
enxurrada de denúncias nas últimas semanas. Mas, ao contrário do que se
esperava no Palácio do Planalto, o novo ministro Paulo Sérgio Passos
assume o órgão já rodeado de questões polêmicas. Quando exerceu o cargo
interinamente no ano passado, para que Alfredo Nascimento fizesse
campanha ao governo do Amazonas, Passos liberou um total de R$ 78
milhões em créditos suplementares para três grandes obras. Os
empreendimentos constavam da lista de irregularidades graves do Tribunal
de Contas da União, que identificou pagamentos antecipados, ausência de
projeto executivo, fiscalização omissa e, é claro, superfaturamento. Em
vez de optar pela prudência, o ministro interino assumiu o risco de
autorizar os repasses contra todas as determinações do órgão de
controle. O caso poderia se resumir a um mero problema de gestão, mas,
conforme apurou ISTOÉ, várias das empreiteiras beneficiadas pelos
aportes extraordinários doaram milhões a candidatos do próprio PR
durante a campanha eleitoral.
A campeã em doações foi a construtora Sanches Tripoloni, que repassou nada menos que R$ 2,5 milhões para o partido que controla os Transportes. Desse total, R$ 500 mil caíram diretamente na conta do comitê de Blairo Maggi, eleito senador por Mato Grosso e cotado para a pasta. Maggi foi beneficiado duplamente, pois Sinval Barbosa (PMDB), seu candidato ao governo de Mato Grosso, recebeu da mesma empreiteira mais R$ 1,2 milhão. As novas suspeitas de uso da máquina pública em benefício do Partido da República podem complicar a vida do recém-nomeado ministro. Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), os fartos indícios de corrupção e uso da máquina reforçam a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. “Essa conduta do Sérgio Passos é temerária, caracteriza o uso político-partidário dos Transportes. ”, afirma Rodrigues.
A campeã em doações foi a construtora Sanches Tripoloni, que repassou nada menos que R$ 2,5 milhões para o partido que controla os Transportes. Desse total, R$ 500 mil caíram diretamente na conta do comitê de Blairo Maggi, eleito senador por Mato Grosso e cotado para a pasta. Maggi foi beneficiado duplamente, pois Sinval Barbosa (PMDB), seu candidato ao governo de Mato Grosso, recebeu da mesma empreiteira mais R$ 1,2 milhão. As novas suspeitas de uso da máquina pública em benefício do Partido da República podem complicar a vida do recém-nomeado ministro. Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), os fartos indícios de corrupção e uso da máquina reforçam a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. “Essa conduta do Sérgio Passos é temerária, caracteriza o uso político-partidário dos Transportes. ”, afirma Rodrigues.