Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O aviãozinho do ministro

Quarta, 17 de agosto de 2011
1.    Praxedes, delegado do Departamento de Repressão a Narcóticos da polícia, pegou emprestado com um dos maiores narcotraficantes do país uma Ferrari. Descoberto o uso do carro, o delegado alegou que só dava algumas voltinhas de quando em vez.

2.    Walmiro Carrancudo, auditor fiscal da secretaria de fazenda de um grande estado do país, usava para suas noitadas um dos modelos mais caros da BMW e pertencente ao dono de empresa que, como as demais, são auditadas pela Receita. Descoberta essa relação, o auditor alegou que foram poucas as noitadas em que usou o carrão do empresário.

3.    Gualberto das Codornas, Diretor de Fiscalização de Obras da prefeitura de uma grande cidade brasileira, viajava sempre por cortesia de uma das principais construtoras e incorporadoras imobiliárias do município. Quando o fato veio a público, alegou que foram apenas algumas "passeadinhas".

4.    Lindenberg das Pombas, executor de contratos entre o Detran de uma unidade da Federação e as empresas fornecedoras e operadoras de radares de controle de velocidade em ruas e rodovias, usava para seu deleite carros luxuosos emprestados pelos contratados. Mas isso não era sempre não. Só quando ele precisava, entendeu? E era só empréstimo, não era presente.

5.    Wagner Rossi, ministro da Agricultura de Dilma, usava em viagens particulares o jatinho luxuoso de uma empresa do agronegócio, empresa que mantém importantes contratos com o ministério, e cresceu ultimamente à sombra desses contratos. Mas ele alegou que isso acontecia de quando em vez. Não era coisa de todo dia, entendeu?

Observações: Os exemplos de 1 a 4 são fictícios, pelo menos nos nomes das pessoas. O exemplo número 5 é verdadeiro, inclusive o nome do personagem. E aí, o que mereceriam os servidores (?) públicos dos itens de 1 a 4? Rua?

E o servidor (?) público indicado no item 5?

O do item cinco continua prestigiado pela presidente Dilma, pelo menos é isso que ela já declarou algumas vezes. Que faxina é essa? Não passa de uma leve e superficial espanadinha.
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Medo de Avião, com Belchior