Segunda, 22 de agosto de 2011
Do jornal "O Estado de S. Paulo"
Entre 2008 e 2010, 2,2 mil contrato firmados pelo Dnit tiveram 3 mil aditivos, que alteraram características - e preços - das obras
Renée Pereira, de O Estado de S.Paulo
Renée Pereira, de O Estado de S.Paulo
Quase todas as obras públicas executadas no
Brasil não terminam como planejadas. No meio do caminho, os prazos são
estendidos, as tecnologias alteradas, os materiais de construção
trocados e os preços, elevados. Em alguns casos, até as empreiteiras
contratadas são substituídas. Um efeito claro da falta de planejamento
do País para tirar projetos importantes do papel e que recai sobre a
sociedade.
Cada mudança feita no empreendimento representa não só o
encarecimento da obra como também uma privação da população, que não
pode usufruir dos serviços, como a duplicação de uma estrada ou a
expansão de uma rede de esgoto. O setor de transportes é um dos campeões
em alterar características básicas de projetos licitados.
Levantamento feito pelo Estado em 2,2 mil contratos
mostra que, entre 2008 e 2010, o Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes (Dnit) publicou quase 3 mil aditivos para modificar
condições de serviços e obras contratadas. Na média, todos os contratos
passaram por algum tipo de mudança durante a vigência (1,4 alteração).
Em 2008, foi 1,81 mudança; em 2009, 1,48; e em 2010, 0,67.