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(Millôr Fernandes)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Alvo de denúncias de corrupção, o governador de Brasília procura um delegado ‘limpo’ para assumir a Polícia Civil do DF.

Sábado, 4 de favereiro de 2012
Por Carlos Newton, da Tribuna
Crivado por denúncias de irregularidades desde sua gestão na diretoria da Anvisa (Vigilância Sanitária), passando depois pelo Ministério do Esporte, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, está agora encontrando dificuldades para nomear o próximo diretor-geral da Polícia Civil, em substituição ao delegado Onofre de Moraes.

Como se sabe, Moraes teve de se demitir depois que foi revelada uma gravação antiga, em que ele dizia que Agnelo Queiroz tinha de sair “de camburão”. Agora, o governador diz que procura um delegado com experiência em investigações, respeito dos colegas, passado limpo, leal com a cúpula do Executivo, diplomático e sem vinculações políticas.

Ou seja, não basta um técnico, qualificado para comandar a classe e tomar decisões estratégicas sobre a área de segurança pública. O número um da corporação do FG precisa ter também um atributo essencial: a habilidade para impedir novas crises que prejudiquem os trabalhos nas delegacias, diretorias e departamentos especializados e no funcionamento do governo.

A dificuldade de encontrar alguém com essas características adiou o anúncio do sucessor de Onofre de Moraes. O governador não quer ninguém com potencial para produzir novos escândalos ou que se torne alvo de ataques de colegas ou de deputados da bancada da segurança pública na Câmara Legislativa. Muito menos um delegado que possa se tornar refém de seu passado.

Desse jeito, é provável que o governador nunca encontre um nome que reúna todas essas características. Porém, se encontrar um delegado realmente “com experiência em investigações, respeito dos colegas, passado limpo, leal com a cúpula do Executivo, diplomático e sem vinculações políticas”, o governador se arrisca a sair mesmo de camburão.