Domingo, 11 de março de 2012
Da Agência Brasil
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
A indignação com a proposta de reforma trabalhista em
discussão no Parlamento da Espanha levou hoje (11) manifestantes às ruas
da capital, Madri. Com palavras de ordem, eles pediram justiça e
eficiência. Os manifestantes levavam bandeiras vermelhas, de sindicatos e
faixas com slogans e críticas ao governo.
As principais entidades sindicais da Espanha, a Comissão Operária
(CCOO) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), convocaram as
manifestações em 60 cidades. No próximo dia 29, haverá uma greve geral,
promovida pelas duas entidades.
O secretário-geral da UGT, Colin Campbell, disse que as medidas
adotadas pelo governo para resolver a crise econômica mundial não são
temporárias. "O governo tem feito um uso imoral da crise para acabar com
tudo".
O professor aposentado Antonio Martinez, de 64 anos, participou do
protesto em Madri. Ele levava uma faixa com a seguinte inscrição: "Para
os nossos netos não se tornarem escravos".
Pela proposta aprovada pelo governo e em discussão no Parlamento, a
reforma trabalhista torna as leis contratuais mais flexíveis. As medidas
permitirão, por exemplo, que as empresas espanholas refaçam acordos
coletivos, tenham mais flexibilidade para ajustar horários, tarefas e
salários dos empregados, além de baratear as demissões.
É a terceira proposta de reforma trabalhista apresentada pelo
governo espanhol. O desemprego na Espanha afetou 22,85% da força de
trabalho no fim de 2011. Essa taxa é quase três vezes maior do que a de
2007, quando o desemprego atingiu 7,95%.
A decisão dos sindicalistas de promover a paralisação geral ocorreu
após uma sessão tensa no Congresso Nacional da Espanha, quando
integrantes do Partido Popular (PP) criticaram a proposta de contenção
de custos trabalhistas apresentada pelo governo.
Para as entidades sindicais, a proposta em discussão, se executada,
pode levar à redução dos salários, à precarização dos empregos e ao
aumento da desigualdade econômica e social, gerada pelo empobrecimento
da população. Segundo os sindicalistas, a proposta retira direitos
adquiridos pelos trabalhadores ao longo dos anos.
A Espanha viveu recentemente manifestações tensas. A maior delas foi
no último dia 19, quando os manifestantes saíram às ruas em 57 cidades.
A reforma trabalhista foi aprovada pelo governo no último dia 10.
*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur//Edição: Graça Adjuto