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(Millôr Fernandes)

sábado, 14 de setembro de 2013

No DF, governo deu 509 ingressos para jogo Brasil x Japão

Sábado, 14 de setembro de 2014

Governo distribuiu pares de ingressos da Copa das Confederações

Por: Naira Trindade
Diário do Poder 

Pivô de investigações no Tribunal de Contas e no Ministério Público, a milionária compra de ingressos para a partida de Brasil e Japão, na Copa das Confederações, beneficiou juízes, desembargadores, políticos, jornalistas e servidores do Distrito Federal. Uma lista com 509 nomes, qual o Diário do Poder teve acesso, traz os nomes dos convidados ilustres do governo do Distrito Federal para assistir à abertura da Copa das Confederações, no Estádio Nacional Mané Garrincha.

A lista produzida pela Secretaria de Comunicação do governo do DF mostra que o presidente e pelo menos 37 desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, além de assessores deles, receberam do governo um par de ingressos para assistir à partida. O preço do mesmo jogo para o cidadão comum comprar nas bilheterias era próximo a R$ 150, no caso, o par sairia a R$ 300. O presidente do TJDFT, Dácio Vieira, alegou que não foi à partida, em 15 de junho.

O agrado do governo a renomados nomes de Brasília gerou à Companhia Imobiliária de Brasília, a Terracap, um gasto de R$ 3 milhões na compra dos mil bilhetes, que foram doados em pares aos beneficiados, e a 18 lugares em um camarote privativo no estádio. O escândalo, à época, chamou atenção do Tribunal de Contas, que pediu esclarecimentos. Em nota divulgada em 18 de fevereiro, a Terracap justificava que cumpria “seu papel no fomento de relações institucionais”.

Curiosamente, desembargadores que atuam em processos contra o governo foram incluídos na lista de convidados e receberam os bilhetes. O Diário do Poder identificou que dos 40 desembargadores listados no Tribunal, 37 ganharam as entradas para o jogo. Aceitando o presente, os mesmos ficam impedidos de analisar processos de improbidade administrativa contra o governo, que, segundo o artigo 102 da Constituição Federal,  deve passar a ser apurado pelo Supremo Tribunal Federal.