Terça, 24 de dezembro de 2013
Prisão foi em virtude de show com os Mutantes
Do Jornal do Brasil
Gilberto Gil e Caetano Veloso foram presos pela ditadura, em
São Paulo, 14 dias depois após o AI-5, entrar em vigor. Foram transferidos para
o Rio de Janeiro e soltos dois meses depois, já inocentados das acusações de
desrespeito ao hino nacional e a bandeira. Mas ao voltar a Salvador foram
novamente presos, submetidos a prisão domiciliar, proibidos de fazer shows e
dar entrevistas. Em meados de 1969, os militares disseram que a situação dos
dois só poderia ser resolvida com o exílio.
A prisão ocorreu em virtude de um espetáculo que os dois
fizeram com os Mutantes na boate Sucata, no Rio de Janeiro. O palco foi ornado
com uma imagem do artista plástico Hélio Oiticica, na qual um bandido conhecido
como Cara de Cavalo (executado pela Scuderie Le Cocq, esquadrão de morte da
polícia) aparece deitado no chão com a inscrição: “seja marginal, seja herói”.
Uma pessoa que se sentiu ofendida com a imagem conseguiu fechar o local por via
judicial. Correu então a notícia de que o local tinha sido fechado por causa da
“bandeira” de Oiticica.
Militares ouviram falar da tal “bandeira” junto com rumores
de que o hino nacional havia sido cantado de forma profana. Militares dos
Agulhas Negras ficaram sabendo da notícias misturadas as boataria e pediram aos
superiores uma averiguação.
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