Sexta, 27 de dezembro de 2013
Do Blog Náufrago da Utopia
Há
companheiros que igualam a atual democracia a serviço dos poderosos à
ditadura de 1964/85. Geralmente, os que nasceram depois dos anos de chumbo ou eram muito jovens para guardarem uma lembrança mais precisa do arbítrio.
Um pequeno exemplo da diferença entre os dois períodos históricos acaba de ser dado pelo governador Geraldo Opus Dei Alckmin.
Em novembro de 2009, o então governador José Serra, prestes a fazer uma
campanha presidencial de orientação acentuadamente direitista, escolheu
para reitor da Universidade de São Paulo o segundo colocado na lista
tríplice que lhe foi submetida: João Grandino Rodas, menina dos olhos da
Tradição, Família e Propriedade.
Rodas tinha o pior currículo possível e imaginável.
Como diretor da Faculdade de Direito da USP, requisitou em agosto de
2007 a entrada da tropa de choque da PM para a expulsão de manifestantes
que haviam ocupado o prédio em função da Jornada em Defesa da Educação.
Integrando a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos entre
1995 e 2007, indeferiu todos os pedidos de reparação que pôde -127 dos
172 nos quais atuou-, quase sempre por questiúnculas burocráticas como a
de que o prazo para os requerimentos teria se esgotado. Chegou ao
cúmulo de negar a participação da ditadura no assassinato da estilista
Zuzu Angel, sendo, contudo, voto vencido.