Sexta, 27 de dezembro de 2013
Publicado anteriormente no blog Estação da Notícia, com Informações do G1.
O governo do Distrito Federal teve um gasto de aproximadamente R$ 55
milhões com a assunção de três empresas de transporte coletivo do Grupo
Amaral, ocorrida em fevereiro deste ano por supostas falhas na prestação
do serviço.
Segundo o presidente da Sociedade de Transportes Coletivos (TCB),
Carlos Alberto Koch, o faturamento da empresa foi de cerca de R$ 20
milhões no período, o que significa R$ 35 milhões foram bancados pelo
GDF.
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“[Com o grupo] Amaral, o governo gastou mais ou menos até R$ 55
milhões, e do caixa de faturamento R$ 20 milhões e pouco”, disse. “Houve
um desencaixe de R$ 35 milhões. O governo vai correr atrás para reaver
esses recursos.”
“Nenhum ativo foi devolvido ao Grupo Amaral, até porque estamos
encerrando o balanço da operação, almoxarifado, levantamento de peças,
itens”, disse. “Na ação proposta pelo Grupo Amaral de indenização contra
o governo, eles se manifestaram claramente que não querem receber os
ativos de volta, querem indenização.”
Amaral disse ao G1 que cobra na Justiça uma
indenização de R$ 360 milhões do governo do Distrito Federal por conta
de supostos prejuízos e danos morais causados pela intervenção nas
empresas. Na época, o empresário classificou a intervenção como “ato
injusto, arbitrário e ilegal”.
“Eles acabaram com a empresa, destruíram, acabaram com tudo, tudo
roubado, pneu, motor, ônibus, almoxarifado tudo, não tem mais o que
devolver para mim. Dos 402 ônibus, foi tudo roubado”, afirmou Amaral.
“Não quero mais nada, não. Não vou pegar empresa para trás. Quatro
peritos já fizeram os cálculos [da indenização que o empresário diz ter
direito a receber].”
Na época da intervenção, o governador Agnelo Queiroz justificou a
medida dizendo que era a maneira de garantir a prestação de serviço à
população. “Estivemos em contato constante com a empresa, fizemos um
esforço por meses seguidos, fizemos um TAC [Termo de Ajustamento de
Conduta], junto ao Ministério Público. A empresa assegurou que
aumentaria a frota e o que aconteceu foi o contrário”, disse.
Nova intervenção
O governo do Distrito Federal assumiu nesta segunda-feira (23) o controle de três empresas do Grupo Canhedo – Viplan, Lotáxi, e Condor –, que operam 30% do transporte coletivo no DF.
O governo do Distrito Federal assumiu nesta segunda-feira (23) o controle de três empresas do Grupo Canhedo – Viplan, Lotáxi, e Condor –, que operam 30% do transporte coletivo no DF.
De acordo com o secretário de Transportes, José Valter Vasquez, a
assunção das empresas do grupo Canhedo é diferente do Grupo Amaral, e
não deve acarretar em custos altos. “Essa intervenção vai ter muito mais
custo propriamente nas demissões dos operadores do que na operação, uma
vez que a receita do grupo é mais do que suficiente para fazer frente à
operação”, disse Vasquez.
O GDF informou que a intervenção não deve ultrapassar o período de 60
dias, prazo que coincide com o cronograma final para a troca da frota
antiga e início da operação do novo sistema. A previsão inicial era de
que toda a nova frota do transporte público estivesse em operação até o
final deste mês.
No período, o GDF pretende concluir as rescisões trabalhistas dos
funcionários do Grupo Viplan e permitir que eles sejam contratados pelos
novos operadores do sistema.