Sexta, 27 de
junho de 2014
Daniel Mazola
Tribuna da Imprensa
Em tempos de “suruba”
ou “bacanal” eleitoral, assim estão sendo definidos os acordos eleitoreiros
desse 2014, a insatisfação do eleitorado com a classe política é assustadora.
A farra bilionária e corrupta da Fifa segue. Toda repressão, cooptação e
chantagem fracassarão, não é mais possível escamotear a realidade. A
persistência da ditadura do capital, gerenciado pelos oportunistas da hora
(Dilma-Lula, Aezão, Campos, Marina e outros ilusionistas) só farão atirar mais
lenha na fogueira.
A onda de greves pelo
país, como a dos profissionais da educação do Rio, segue e só tende a aumentar
mesmo com o fim da Copa. A mídia (monopolista) corporativa e os oportunistas
eleitoreiros dirão que isso é coisas da “direita”. Mas com uma classe política
classificada de corrupta, ineficiente e perdulária, o fogo só tende a aumentar
e se alastrar por todo país, e isso pode refletir na repulsa à votação na
eleição de 2014.
Novas pesquisas de
opinião encomendadas por partidos, para consumo interno e definição de
estratégias, que não são divulgadas, indicam essa tendência de revolta do
eleitor. As abstenções podem atingir percentuais superiores a 20%. Votos nulos
podem variar de 3% até 10%. Votos em branco podem chegar a índices de 3 a 5%.
Passado o frenesi
futebolístico, a massa de eleitores tende a refletir nas urnas os efeitos da
crise que já atinge a esmagadora maioria dos cidadãos-contribuintes-eleitores.
Seja por queda no poder de compra por causa do aumento do custo de vida,
dificuldade em quitar débitos com os juros altos e a renda familiar cada vez
mais comprometida com a carestia, além da carga tributária sem a correta
contrapartida social.
Passando por insônias,
a “gerentona”, Lula e demais oportunistas promovem a mais vil chantagem
eleitoral com o povo, ameaçando-o com a “volta ao passado” caso não seja
referendado seu continuísmo na gerência da ditadura do capital. Dilma Rousseff
corre sérios riscos de não ser reeleita por causa desses problemas percebidos e
sentidos no bolso pela maioria do eleitorado.
Com o que se
convencionou chamar (cinicamente) de governabilidade, o PT se complica ainda
mais. Com a desastrada política de alianças, com traições que só tendem a
aumentar, as vísceras ficam totalmente expostas. A desconfiança é generalizada,
a previsão mais realista é de um 2015 com dificuldades econômicas crescentes
que podem redundar em crise, inclusive institucional, e o impeachment como
“solução”.
O
“rei” do Brasil
Nada menos que 52
seguranças da velha Blackwater tomam conta do cartola suíço Josef Blatter,
“presidente” paralelo do Brazil, durante a “Copa das Copas”.
Os contratados parecem
assessores comuns da Fifa, pois não são fáceis de identificar no cenário.
Presidida por Ted Wright, a empresa, que desde 2011 mudou de nome para Academi,
é controlada pelo fundo de investimentos USTC Holdings.
O Brasil torrou cerca
de R$ 35 bilhões para fazer a “Copa das Copas”. Imaginem se a Seleção
Brasileira for eliminada nas oitavas de final. A Fifa sairá no maior lucro, e o
governo ficará com o troco das vaias e xingamentos...
Faltou
o legado
Não será no transporte
público que teremos a herança do legado da “Copa das Copas”. E teremos algum?
Em Nova York, o metrô tem 24 rotas e mais de 400 estações.
Em Paris, 16 linhas e
300 estações. Em Londres, são 11 linhas e algo como 250 paradas. Em Berlim,
apenas um sistema, o U-Bahn, tem dez rotas e cerca de 150 estações.
Apesar da atual
expansão para a Barra, área badalada e nobre da cidade, quando ela ficar
pronta, O Metrô do Rio de Janeiro terá apenas 42 estações em toda a cidade...
Discurso
único
A “gerentona” Dilma
Rousseff não precisa ficar com medo de tomar vaias ou ser xingada se
comparecer, como convidada de honra, no próximo dia 31 de julho, na inauguração
da monumental réplica do lendário Templo do Rei Salomão, na Zona Leste de São
Paulo.
O bispo Edir Macedo é
o único que vai discursar no evento. Idealizador e dono do prédio de 74 mil
metros quadrados de área construída, com 10 mil lugares e uma fachada de 56
metros de altura. Operou um “verdadeiro milagre” arquitetônico e financeiro.
A construção é de
fazer inveja ao sábio rei bíblico, amigo da Rainha de Sabá, a obra custou R$
650 milhões, grana que a Igreja Universal do Reino de Deus garante ter vindo
das doações de seus fiéis, obreiros, pastores e bispos. “Graças a Deus!”.