Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Violência policial contra advogados de Direitos Humanos atestam período de exceção durante a Copa – Parte 1

Quinta, 26 de junho de 2014
Do DDH
Instituto de Defensores de Direitos Humanos
A violência da Polícia Militar ocorrida na manifestação do dia 20/06 foi nefasta. O ato para celebrar um ano das jornadas iniciadas em junho 2013 teve ao menos 300 participantes, os policiais usaram a esmo o gás de pimenta numa evidente tentativa de terminar com a manifestação. Ocorreram muitas detenções arbitrárias, prisões para averiguação, apreensão de equipamentos de trabalho da mídia e bens pessoais que não tinham qualquer fundamentação legal.
 
Além disso, uma importante advogada popular e companheira nossa do DDH foi atacada covardemente por um policial militar no exercício do seu trabalho, ferindo não só a sua dignidade, mas também as suas prerrogativas como advogada.
 
No bairro da Lapa, um manifestante havia sido detido de forma violenta, agredido e atirado brutalmente ao chão por policias militares. Neste momento, a advogada Cristiane Oliveira se aproximou para acompanhar a detenção e pedir calma, mesmo já sendo uma advogada conhecida, fez questão de levantar sua mão se identificando e mostrando sua carteira de advogada. Apesar disso, um policial militar não teve dúvidas e espirrou o spray de pimenta covardemente no rosto de Cristiane. 
 
A agressão tem como vítima Cristiane e todos os advogados populares que atuam nas manifestações. Além da ação truculenta com evidente abuso de autoridade, Cristiane teve violada também as suas prerrogativas, pois como advogada tem o direito de acompanhar um assistido aonde ele estiver, principalmente no momento da detenção deste. 
 
Napoleão Bonaparte uma vez disse que preferiria cortar as línguas dos advogados do que permitir que eles a utilizassem contra o governo. O advogado cumpre uma importante função social e tem como missão assegurar as pessoas os seus direitos constitucionais e legais. Impedir o trabalho destes é uma lesão a toda a sociedade.

Na sombra dos abusos de poder perpetrados pela Polícia Militar e pelo o Estado definha toda a sociedade.

Foto de Bruno Matiazzo – Jornal A Nova Democracia