Quarta,
11 de maio de 2014
Vladimir
Platonow - Repórter da Agência Brasil
A operação deflagrada
hoje (11) de manhã pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que cumpriu 17
mandados de busca e apreensão e convocou dez jovens envolvidos em manifestações
de rua, foi classificada como fruto de um "estado de exceção" pelo
advogado Marino D'Icarahy, que defende três dos interrogados, buscados em suas
casa logo cedo.
Os jovens foram
levados para a Delegacia de Repressão contra Crimes de Informática (DRCI), na
Cidade da Polícia, zona norte da cidade. "É a confirmação de que estamos
vivendo um estado de exceção no Rio de Janeiro. As pessoas são trazidas para
serem interrogadas como testemunhas e não têm o direito de se manter caladas.
Quando a gente sabe que a intenção do Estado é estabelecer a prova, que eles
nunca vão conseguir, porque não existe isso, da organização criminosa. Isso é
uma covardia", disse o advogado.
Ele defende os jovens
Eduarda Castro, Tiago Rocha e Elisa Quadros - esta conhecida pelo apelido de
Sininho - e disse que a operação, às vésperas da abertura da Copa, não é uma
coincidência. "Essas coincidências não existem, é tudo programado, parte
de intimidação e da criminalização do ativismo político. Há um conluio do
Estado", sustentou o advogado.
A Polícia Civil foi
procurada para se pronunciar sobre a operação. Apenas uma nota foi divulgada,
dizendo que o inquérito corre em segredo de Justiça, e que foram apreendidos
equipamentos como computadores e mídias em cinco bairros do Rio de Janeiro e em
um endereço de Niterói.