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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Por recomendação do MPF, Ministério dos Transportes exonera primo de Rosemary Noronha, a amiga de Lula

Quinta, 10 de julho de 214 
Do MPF

Marcelo de Lara Peixoto foi excluído do DNIT no último dia 24 de junho


Em cumprimento a uma recomendação do Ministério Público Federalem São Paulo (MPF/SP), o Ministério dos Transportes exonerou Marcelo de Lara Peixoto do cargo em comissão que ele ocupava no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Primo da então chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha, Marcelo Peixoto ganhou um cargo na extinta Rede Ferroviária Federal em São Paulo (RFF) em 2009, período em que a parente atuava no âmbito da Administração Pública favorecendo familiares e terceiros.


A exoneração do servidor foi comunicada à autora da recomendação, a procuradora da República Thaméa Danelon, em ofício datado de 25 de junho, assinado por Herbert Drummond, chefe de gabinete do Ministro dos Transportes. Juntamente com o ofício foi encaminhada ao gabinete da procuradora cópia da página do Diário Oficial da União que traz o ato de exoneração, por meio da Portaria nº 232, de 24 de junho de 2014. Marcelo Peixoto ocupava cargo de código DAS 101-3, cujo salário é de R$ 4.247,06.

Investigações da Polícia Federal relativas à Operação Porto Seguro constataram diversas trocas de e-mails entre Rose Noronha e Paulo Vieira, integrantes de um grupo denunciado por crimes como  formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência, falsidade ideológica e falsificação de documento particular. Ao lado de outras pessoas, entre elas vários servidores públicos, os dois participavam de um esquema criminoso que favorecia interesses de particulares perante a Administração Pública. Os e-mails interceptados pela PF com autorização judicial revelam a indevida solicitação, por parte de Rosemary, da nomeação, “com urgência”, do primo Marcelo Peixoto para o cargo comissionado no Ministério dos Transportes.

Ao pedir o desligamento de Marcelo do serviço público, Thaméa Danelon destacou que, ao praticar ato que visa ao atendimento de interesses individuais, como é o caso, a Administração Pública desvirtuou o interesse público – o que torna ilegal a nomeação. “O próprio Supremo Tribunal Federal já consagrou o entendimento de que a prática do nepotismo viola a Constituição Federal”, explicou a procuradora.