Sábado, 23
de agosto de 2014
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana
Genro, defendeu hoje (23) a revisão da Lei da Anistia para que os torturadores
do regime militar possam ser punidos judicialmente. “No meu governo, as Forças
Armadas terão de pedir desculpas ao povo brasileiro pelo que fizeram durante a
ditadura”, declarou.
No início da tarde, Luciana Genro visitou o Dopinha,
casarão em Porto Alegre que funcionou como centro clandestino de tortura
durante a ditadura militar. O local será desapropriado e transformado em centro
cultural, batizado de Luiz Eurico Tejera Lisboa – militante gaúcho preso em
1972 e assassinado pelo regime.
A candidata reivindicou a punição tanto de agentes civis
como de militares que torturaram presos políticos no regime militar. Segundo
ela, o entendimento de que os torturadores não cometeram erros durante a
ditadura é perigoso porque põe o país sob o risco de viver um novo período de
exceção. “Ainda temos, nas Forças Armadas, a cultura de que era legítima a
tortura diante da resistência do povo à ditadura.”
Segundo Luciana Genro, a punição aos torturadores do
regime militar é importante não apenas para corrigir erros históricos do país
como também para evitar que as arbitrariedades cometidas pela polícia em
manifestações populares sejam toleradas. “Queremos que cessem hoje as torturas
e a violência que seguem acontecendo”, destacou a presidenciável, que voltou a
pedir a desmilitarização da polícia.
A candidata estava acompanhada pelo candidato do PSOL ao
governo do Rio Grande do Sul, Roberto Robaina, e de candidatos do partido à
Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa. Também participaram da visita
ao Dopinha ex-presos políticos, como o músico e ativista Raul Ellwanger.
Luciana Genro não tem agenda prevista para este domingo (24).