Sábado, 23 de agosto de 2014
Por Chico Sant’Anna
Olhe a foto acima, de Orlando Brito, e responda rápido: que cidade é essa?
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte?
Quem se deixou influenciar-se com os arranha-céus, pensando que a foto é de alguma metrópole tradicional do Brasil, errou.
A foto é da cidade projetada por Lúcio
Costa, considerada revolução nos padrões do urbanismo e da arquitetura
mundial, patrimônio da humanidade, mas que vem sendo vilipendiada todos
os dias pela cobiça da especulação imobiliária.
Projetada
inicialmente para ter prédios de no máximo oito andares – um terço a
mais do que no Plano Piloto -, Águas Claras abriga espigões com até
trinta andares. Foto de Chico Sant’Anna
A imagem é de duas cidades do Distrito
Federal: Guará, em primeiro plano, e Águas Claras,em segundo. A primeira
foi concebida para ter edifícios de, no máximo, seis andares e, a
segunda, oito andares. Hoje, no Guará, há prédios de dez andares e de
até de 30 andares, em Águas Claras.
Mesmo fenômeno de hiper-verticalização estão vivenciando
cidades-satélites como o Gama, Samambaia, Ceilândia e Sobradinho.
Espigões cortam os céus, sem que haja uma preocupação como que está na
terra: redes de águas pluviais, abastecimento de água potável, captação
de esgoto, coleta seletiva de lixo, estacionamentos, dimensões de ruas e
avenidas, falta de transporte coletivo, escolas, centros de saúde,
delegacias. Leia a íntegra