O Ministério Público
Federal (MPF) ofereceu duas novas denúncias contra o ex-governador do
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Ele já responde a 12 processos na Justiça
Federal, e também já foi condenado a 14 anos e dois meses de prisão por
lavagem de dinheiro, no âmbito da Lava Jato.
As denúncias desta
semana são um desdobramento da Operação Ponto Final, que investigou
corrupção no sistema de transporte público do Rio de Janeiro, envolvendo
a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros (Fetranspor).
A
investigação indica que Sérgio Cabral recebeu cerca de R$ 122 milhões
em propina por meio do operador e braço-direito Carlos Miranda – que
também está preso. Foram rastreados R$ 260 milhões em propina pagos a
políticos do estado. Além de Cabral, Rogério Onofre, ex-presidente do
Detro, teria recebido R$ 44 milhões em propinas pagas pelas empresas de
ônibus.
As empresas de ônibus do Rio distribuíram, de acordo com o
Ministério Público Federal, cerca de R$ 500 milhões de propina para
políticos entre 2010 e 2016. Deste total, R$ 260 milhões teriam sido
pagos aos alvos da operação Ponto Final. Os R$ 240 milhões restantes
foram pagos a autoridades com foro privilegiado, cujos nomes ainda não
foram revelados.
Cabral está preso desde o fim do ano passado,
devido a investigações da Operação Lava Jato. É acusado de receber
propina por obras durante a sua gestão à frente do governo do estado,
entre 2007 e 2014.