Sábado, 19 de agosto de 2017
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Dentre
os distritais, Raimundo Ribeiro – PPS (ao centro
na foto) seria um dos não eleitos, caso o modelo Distritão
estivesse em vigor em 2014.
Foto de Silvio Abdon/Agência CLDF
na foto) seria um dos não eleitos, caso o modelo Distritão
estivesse em vigor em 2014.
Foto de Silvio Abdon/Agência CLDF
Com o voto no modelo Distritão, cinco, dos atuais 24 distritais, não teriam sido eleitos.
Por Chico Sant’Anna
A adoção do voto pelo modelo Distritão deve trazer grandes mudanças
no cenário político local. Personalidades detentoras de grande
visibilidade pública, líderes religiosos, artistas, dirigentes de
grandes corporações, devem ser privilegiados, favorecendo as demandas
corporativas, em detrimento de candidatos e partidos que tem por
característica as ideias e bandeiras humanistas.
Ficam prejudicados também candidatos cujas características seja a
defesa de bandeiras especificas, como Meio-Ambiente, Direitos Humanos,
Saúde e Educação Pública. O modelo também é prejudicial à ampliação da
bancada feminina no Parlamento, bem como a de representantes de
segmentos étnicos, como negros e indígenas. Perdem ainda aqueles que são
fortes em apenas uma parte geográfica, uma cidade, do Distrito Federal.
Um nome forte em Planaltina, por exemplo, teria que ser igualmente
forte em todas as demais regiões administrativas.
Desta forma, a mudança da paisagem política a ser propiciada pelo
sistema eleitoral deve trazer um perfil ideológico mais conservadora,
fortemente confessional, desfavorecendo, por exemplo, o debate sobre os
direitos LGBTS e privilegiando propostas como a Escola sem Partido,
Ensino Religioso em Escola Pública, ou mesmo expansionismo urbano, em
detrimento da preservação ambiental.