Quinta. 19 de outubro de 2017
André Richter - Repórter da Agência Brasil
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse ao Supremo
Tribunal Federal (STF) que o ex-ministro Geddel Vieira Lima assumiu
papel “líder de organização criminosa” em referência aos R$ 51 milhões
apreendidos pela Polícia Federal (PF) em um apartamento em Salvador,
valor atribuído ao ex-ministro.
A manifestação da procuradora foi
feita antes da decisão do ministro Edson Fachin, que manteve hoje (19) a
prisão de Geddel, mas concedeu prisão domiciliar
a dois investigados ligados a ele. O processo estava em segredo de
Justiça, mas foi divulgado nesta quinta-feira. Segundo a procuradora, o
valor encontrado no apartamento pode ser apenas “uma fração de um todo,
ainda maior e de paradeiro ainda desconhecido”.
“A liberdade
provisória ou a prisão domiciliar, pretendidas por Geddel Vieira Lima
são absolutamente incompatíveis com os critérios legais para eficiência
da persecução penal, que visam garantir o interesse público, acautelando
o meio social e garantindo diretamente a ordem pública. Mesmo em crimes
de colarinho branco, são cabíveis medidas cautelares penais com a
finalidade de acautelar o meio social, notadamente porque a posição
assumida por Geddel parece ter sido a de líder da organização
criminosa”, argumentou a procuradora.
Geddel foi preso no dia 8
de setembro, três dias depois que a PF encontrou o dinheiro no
apartamento de um amigo do político. Os valores apreendidos foram
depositados em conta judicial.
Segundo a Polícia Federal, parte do
dinheiro seria resultante de um esquema de fraude na liberação de
créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013, quando
Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco.
A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Geddel, mas não conseguiu retorno.