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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 27 de março de 2019

Bolsonaro desmente as afirmações da campanha, desafia e compromete Rodrigo Maia e Guedes, dois sustentáculos da aprovação do projeto, tido como revolucionário

Quarta, 27 de março de 2019
Por
Helio Fernandes*
Ele acrescentou, "do meu governo", a unanimidade dos que têm opinião, identificam como DESGOVERNO. Comete erros e equívocos, insanáveis, irrefutáveis, irrevogáveis. Irresponsavelmente, responsabiliza o ministro da Economia, e o presidente da Câmara. Guedes responde com um apelo, "me deixe trabalhar e negociar com quem interessa".
Bolsonaro contradiz o super ministro, que até agora não foi confirmado, na comitiva que vai a Israel. O filho Eduardo, glorificado por Trump, "como chanceler de fato e de  direito", está garantido.

Rodrigo Maia, que nos próximos 2 anos "não precisa de Bolsonaro e pode complicá-lo", foi duro, impiedoso, e responsabilizou o presidente "pelos obstáculos e votos contra que o projeto enfrentar na Câmara".

Inesperada e surpreendentemente, Bolsonaro abandonou os compromissos de campanha, e garantiu: "a APROVAÇÃO do projeto da nova República, depende exclusivamente dos parlamentares".

Esse é o presidente despreparado e super avaliado, que colocaram no Planalto. Agora, seus correligionários e os que votaram nele pelas redes sociais, questionam a duração do seu mandato.

BOLSONARO FEZ DUAS VIAGENS INÚTEIS E FRACASSADAS, MARCOU A TERCEIRA PARA ISRAEL

No dia 31 de março fará a terceira. Ia direto dos EUA, mudou a data, atendendo o primeiro Ministro Natanahyu, que está encrencadíssimo. Acusado de corrupção, (ele e a mulher) teve que convocar eleições antecipadas.  A Palestina convidou Bolsonaro, Natanahyu pressionou para o presidente brasileiro não aceitar, foi imediatamente atendido.

Bolsonaro também atenderá Israel, na questão que vem de longe, nas Colinas de Golan. Os árabes protestaram logo, anunciaram que não farão mais negócios com o Brasil. Como sempre, Paulo Guedes reclamou, foi completamente ignorado. Até o momento, faltando uma semana para a viagem o super ministro não foi incluído na comitiva.

O presidente não gostou do discurso de Guedes nos EUA. Quem está garantido na comitiva é o filho Eduardo, glorificado por Trump como chanceler de fato e de direito.Talvez aconteça o mesmo em Israel.

PREVIDÊNCIA: ACABOU O OTIMISMO E O ENTUSIASMO DO PRESIDENTE DA CÂMARA

Aquele Rodrigo Maia, que garantia, "A aprovação acontecerá no primeiro semestre", desapareceu. Dizia com tranquilidade e segurança:  "Precisamos de 308 votos, trabalhamos com a possibilidade de obter 344". Contestei logo.

E o vice eleito general Mourão, deu números as suas restrições: "Ainda estamos  longe dos 308, não passamos dos 270".

Hoje esses cálculos representam unanimidade de convicção, incluindo o antigamente esperançado e esperançoso Rodrigo Maia. Que faz uma concessão a sua antiga expectativa: "Podemos obter os indispensáveis 308 votos no segundo semestre". Mas não garante esse número, em duas votações.

Deixa bem claro, de quem é a culpa dessas dificuldades surpreendentes e inesperadas. Principalmente para ele tão seguro e confiante. Num tempo que já ficou distante.

Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa.
Matéria pode ser republicada com a citação do autor.