Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 31 de março de 2019

Caos também no HRG. Mãe tem bebê, leva 24 horas para poder tomar banho, mas frio. E falta álcool 70 por cento para colocar no umbigo da criança

Domingo, 31 de março de 2019
Linda imagem: mãe e bebê recém-nascido

A imagem é linda, sim. Horrorosa é a situação de caos reinante no HRG, Hospital Regional do Gama. Na imagem, Joseane da Silva. Ela deu a luz a essa linda criança, como linda é toda criança. O parto, cesariana. Até aí tudo parecia ir bem. Mas só até aí.

O bebê nasceu ontem, sábado. A mãe ficou sem tomar banho por 24 horas, e assim mesmo o banho  que tomou hoje, domingo, foi com água fria. Imaginou essa situação para quem acabara de submeter-se a um parto cesariana?

E o bebê? Que sequer conseguiu ser medicado com álcool no umbigo, como é o exigido, para evitar infecção. Álcool 70 por cento não existe para protegê-lo. Que zorra os gestores do DF, da Secretaria de Saúde, e o escambau a quatro estão fazendo? Como pode faltar álcool para aplicação no umbigo de recém-nascido? É o caos, sim. Se é um caos por incompetência ou por projeto, aí eis uma questão. 

Mas o absurdo não é apenas o banho gelado e a falta do álcool 70 por cento.

A mãe Joseane e seu bebê permanecem no Centro Obstétrico do HRG. Sabe por quê, caro leitor? Por não ter leito disponível na Enfermaria, que possa recebê-la e ao seu bebê. E não tem leito em razão da falta de pediatras que possam dar alta a bebês e mães que já se encontram há alguns dias na Enfermaria. Além de penalizar as mães e suas crianças recém-nascidas, que ficam impossibilitadas de serem transferidas do Centro Obstétrico para a Enfermaria, a falta de médicos pediatras impõe um castigo às mãe e filhinhos que não recebem alta,  e que poderiam estar no aconchego de casa, mas está num ambiente de hospital. E mais, quanto custa ao contribuinte-eleitor-sofredor um dia de financiamento de internação desnecessária de uma mãe e filhinho? 

Resumo: Enfermaria cheia de mães e bebês em razão de falta de pediatras para dar alta médica, provoca um Centro Obstétrico superlotado, pois as mães e os recém-nascidos não podem subir para a enfermaria. Centro Obstétrico lotado, provoca superlotação de mães em vias de parir no Pronto Socorro. Essa superlotação do Pronto Socorro força que o HRG despache muitas mães na quase hora de parir. E o pior, elas não são informadas sobre quais hospitais da rede pública tem vaga para elas. E muito menos são transportadas por ambulância. Ficam, então, zanzando de hospital em hospital até encontrar alguma vaga. Ou perdem seus bebês, e suas vidas, nessa via crússis.  

É o caos, doutor governador. E cabe a você resolver este tipo de problemas. E com urgência.