Quarta, 11 de fevereiro de2012
Da Pública Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Por Andrea Dip
No morro da Providência, a construção de um teleférico para os turistas
da Copa expulsa os moradores. As casas demolidas são trocadas por um
aluguel social de 400 reais, e muitas famílias não encontram onde morar.
A casa de Neusimar, trabalhadora autônoma que mora com a família de
sete pessoas no Morro da Providência, no Rio de janeiro, está marcada
com a sigla SMH (Secretaria Municipal de Habitação). Isso significa que
ela vai cair. Todas as casas e prédios vizinhos já foram demolidos
porque os moradores aceitaram o aluguel social oferecido pela
prefeitura, no valor de 400 reais.
O morro vai sediar o projeto Porto Maravilha, com teleférico e plano
inclinado para os turistas que virão para a Copa de 2014 e as Olimpíadas
de 2016 – como a Pública mostrou em janeiro. Por isso a comunidade tem sofrido remoções compulsórias.
Neusimar resiste porque não quer sair da casa onde sua mãe nasceu e
cresceu com toda a família para um futuro incerto: “Onde vamos achar uma
casa para alugar por 400 reais? Quem vai querer alugar uma casa para
mim? Estou desempregada, minha mãe é doente, temos uma família grande.
Não estamos aqui por teimosia, mas não vamos sair para ficar como as
pessoas que a gente vê sair e ficar na rua porque não conseguem alugar
nada” explica. Ela conta que sente a sua situação mais complicada a cada
dia: “Está tudo no chão ao redor da minha casa, afetou a estrutura,
agora estamos mesmo em situação de risco”. Leia a íntegra na "Pública"