Segunda, 13 de agosto de 2012
Flávia AlbuquerqueRepórter da Agência Brasil
São Paulo – Policiais federais, em greve
há seis dias, fizeram na manhã de hoje (13) uma manifestação em frente
ao prédio da Superintendência da Polícia Federal, na capital paulista.
Amanhã (14), os grevistas farão uma doação de sangue no Hemocentro de
São Paulo e, para quinta-feira (16), os policiais programaram uma
operação-padrão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, a partir das
16h30.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal do
Estado de São Paulo, Alexandre Sally, 70% dos 900 servidores que
trabalham no prédio aderiram à greve, mas parte deles está colaborando
no trabalho de escolta de presos que estão sendo trazidos de outro
estado. “Não estamos radicalizando o movimento e entendemos certas
necessidades do departamento, por isso colaboramos”.
Sally avaliou a paralisação como positiva e disse que a preocupação
maior era deixar claro à população os motivos da greve. “Estamos vendo
que as pessoas estão entendendo as diferenças entre os cargos, a
defasagem salarial que estamos sofrendo e a necessidade de
reestruturação de carreira”.
O presidente do sindicato reforçou que a emissão de passaportes não foi
atingida em São Paulo porque a maioria dos funcionários é terceirizado e
não policiais federais. Segundo Sally, São Paulo é onde existe o maior
número de trabalhadores nessa situação em todo o país. “Em um posto de
passaporte no shopping há um policial e 12 contratados
[terceirizados]. Aqui na sede, são dois policiais e 30 contratados. E
nós vamos respeitá-los”, disse.
De acordo com Sally, o sindicato vem negociando com o governo há três
anos e nesse período foram colocados dois prazos que não foram
cumpridos. “Um acordo assinado para abril desde ano e para apresentarem
uma proposta concreta em julho. Como nada disso foi cumprido, entramos
em greve”. O governo já fez algumas propostas e o sindicato apresentou
contrapropostas. Hoje deve haver novas rodadas de negociação.
Os servidores pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira,
realização de novos concursos e aumento do efetivo, além do aumento dos
auxílios alimentação, saúde, creche e transporte.