Quarta, 8 de agosto de 2012
Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Brasília
– Policiais militares entram em confronto com policiais civis durante
protesto de servidores públicos federais na esplanada dos ministerios
Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Os servidores federais em greve estão dispostos a enfrentar a
“intransigência” do governo e vão manter as paralisações. Segundo o
secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, o
movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores públicos parados. A
greve ganhou a adesão dos agentes da Polícia Federal e dos auditores
fiscais agropecuários.
Também estão em greve servidores do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da
Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros.
“Estamos aguardando uma resposta do governo. Até lá, a greve continua”,
disse Costa.
Na tarde de hoje (8) os grevistas promoveram um protesto contra a falta
de negociação do governo federal em frente ao Ministério do
Planejamento. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 600 pessoas
participaram da manifestação. Em seguida, eles seguiram em passeata até o
Palácio do Planalto. Uma reunião entre representantes do governo e das
entidades sindicais deve ocorrer entre os dias 13 e 17 deste mês. O
governo tem até o último dia deste mês para enviar o projeto de lei
orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de
gastos para 2013.
Segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas
de Estado (Fonacate), Pedro Delarue, a categoria não vai aceitar a falta
de proposta por melhorias salariais do governo federal. “O governo está
irredutível. A alegação principal do governo para a falta de reajuste é
a crise internacional. Mas isso não justifica o congelamento de
salários desde 2008. O PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens
e serviços produzidos no país] tem subido, mas os salários não
acompanharam, então há margem para reajuste”, disse Delarue.
Os manifestantes reivindicavam um encontro com o secretário-geral da
Presidência da República, Gilberto Carvalho. “Fomos informados que de só
o [Ministério do] Planejamento está autorizado a falar com os
servidores. Já falamos com o secretário de Relações do Trabalho [Sérgio
Mendonça] e nada adiantou. Queremos falar com algum ministro. Queremos
alguma proposta concreta”, acrescentou o presidente da Fonacate.
De acordo com Delarue, há graus diferentes de paralisação. Para ele, a
população está sendo prejudicada pela “intransigência do governo, que
não está disposto a negociar”. “Não estamos sendo ouvidos. Só nos resta
fazer greve em busca de melhorias salariais.”