Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 11 de abril de 2017

Governo Rollemberg fechou mais uma vez o atendimento no PAI do HRG. Reação de jornalista da Record pode ter salvado criancinha com convulsão

Terça, 11 de abril de 2017
Caos no PAI e Pediatria do Hospital Regional do Gama

Passando hoje à tarde próximo ao HRG, Hospital Regional do Gama, resolvi conferir se o PAI, Pronto Atendimento Infantil, tinha parado de funcionar, conforme denúncias.

Estacionei o carro e fui até a entrada do setor. De longe percebi o drama. Nenhuma criança, mãe ou pai na sala de espera. Um pouco afastada da porta, vi uma mãe chorar, sendo consolada pelo marido e pai da criancinha de colo. Mais adiante outra família com um bebê nos braços. Os semblantes de frustração, tristeza, sabe-se lá se também raiva. Uma natural e justificada raiva.

Entrei até a portaria e perguntei se havia atendimento. Fui informado que não, pois não havia SEQUER UM PEDIATRA no PAI. Nem criancinhas do que seria alto risco estavam sendo atendidas. Pois vigilantes não fazem atendimento médico.

Foi quando vi uma equipe de reportagem da TV Record. A repórter e o cinegrafista foram entrevistar aquelas duas famílias. Enquanto isso, outra mãe com sua criança no colo voltava da porta do PAI, e só Deus sabe para onde iriam à procura de socorro.

Quando a equipe da TV já se encontrava novamente na porta do Pronto Atendimento Infantil, isso depois de fazer algumas tomadas de imagens dentro da sala de espera, eis que surge um automóvel com uma senhora e um bebê tendo convulsões. Informada de que não havia pediatra para atender, voltou, com a criancinha no colo, em desespero, para o carro. Carro que era dirigido por um seu sobrinho.

Tem horas que o repórter não consegue manter a calma e a neutralidade diante de uma cruel realidade. Foi o que aconteceu com a jornalista que fazia a matéria. Ela achou um absurdo uma criancinha tendo convulsões voltar da porta do hospital. E apelou para a mãe entrar no Pronto Atendimento, pois havia nos boxes um pediatra. E a criança, assim, foi ser atendida.

Talvez a vida daquele bebê tenha sido salva pela reação louvável da jornalista.

Tentando encerrar este texto, que vocês podem ver que já se alonga, e isso acontece também pela indignação que  esse humilde blogueiro sente pelo descaso, pela falta de interesse, pela incompetência, do governo do DF em resolver de uma vez por todas os problemas das nossas crianças que recorrem ao Pronto Atendimento Infantil do Hospital Regional do Gama.

Quantas crianças podem já ter morrido, e quantas ainda poderão morrer, pela omissão do governo do DF?

Parar por aqui, pois não quero que meus seis leitores leiam algumas frases mais ríspidas e menos civilizadas. Eles não merecem. Já os governantes...