Segunda, 24 de janeiro de 2011
Da Agência Brasil
O diretor administrativo da Associação Brasileira de Hematologia e
Hemoterapia, Dante Mário Longhi Júnior, disse que se o teste NAT (a
sigla em inglês para Teste de Ácido Nucleico) fosse obrigatório no país,
o risco de infecções contraídas por meio de transfusões de sangue
diminuiria em até 20 vezes.
O teste NAT brasileiro é uma das
inovações tecnológicas que estão sendo desenvolvidas para o combate às
doenças retrovirais. A implementação gradual é feita pelo Ministério da
Saúde, por meio da Coordenação da Política de Sangue. O procedimento
serve para detectar o HIV e HCV (hepatite C), além de ampliar a
segurança nos serviços de hemoterapia no Brasil.
Ele manifestou
preocupação com a demora na adoção do teste, que ocorre devido ao custo
significativo. “Não podemos, devido à justificativa econômica, deixar de
garantir a maior segurança possível na transfusão realizada no Brasil.
Os órgãos governamentais defendem a ideia de que esse teste tem custo
relativamente elevado e que o Brasil está desenvolvendo um produto
nacional. É pertinente, mas o Brasil deveria adotar esses testes que já
existem no mercado e, só depois, desenvolver o nacional", disse em
entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Dante
Longhi disse que o país está no sentido inverso. "Temos que tratar como
prioridade a segurança nas transfusões e só então buscar novas opções,
economicamente viáveis”, acrescentou.
Segundo ele, diversos
estudos demonstram a segurança maior com a utilização do teste NAT,
entre eles, um do Hospital das Clinicas, da Universidade de São Paulo.
“A
transfusão de sangue é segura no Brasil, mas ainda deixa a desejar. O
teste aumenta a segurança da transfusão, pois investiga a presença de
alguns agentes infecciosos como, por exemplo, o HIV e os vírus da
hepatite C e B, o que faz uma triagem do sangue que vai ser doado". Se o
sangue tiver material genético de algum desses vírus, ele é desprezado.