Quarta, 10 de agosto de 2011
Já se disse que no Palácio do Planalto a ação da Polícia Federal foi “atabalhoada” e “exagerada” ao cumprir decisão de um juiz federal para prender suspeitos de grossa corrupção no Ministério do Transportes. Quando se fala “no Palácio do Planalto” é bom que se entenda como sendo a presidente do país. Do contrário já teria ela, acredito, declarado que assim não considerou a atuação da PF.
O Aurélio nos ensina que atabalhoado é, por exemplo, “Fazer ou dizer (qualquer coisa) sem ordem nem propósito; ou ainda “Fazer mal e às pressas”.
Por aí se vê que a ação da PF não foi nem “atabalhoada” e muito menos “exagerada”, pois ela, a polícia, não atribuiu à roubalheira proporções maiores que de fato ela tem. É verdade que para aqueles que dependem de um hospital público, de uma escola do estado, da segurança pública a roubalheira foi imensa. Exageradamente absurda.
As explicações que o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, está exigindo da PF é que pode, talvez, ser entendida como uma ação atabalhoada do núcleo do governo para tirar o foco de cima de ministros e autoridades protegidas pelo PMDB.
Merece, contudo, aplausos a apuração para verificar se houve o uso abusivo de algemas contra alguns dos acusados.
Espero que também o Palácio e o ministro se preocupem com as algemas que aos montes são colocadas abusivamente e diariamente nos pulsos de trabalhadores, e até mesmo de “suspeitos” na periferia das cidades.
Não podem ser abusivas as algemas apenas quando o “suspeito” ou acusado goza de um status maior na sociedade, aquele que se aboleta, sem corar, no banquete do dinheiro público.