Terça, 23 de agosto de 2011
Da Agência Brasil 
	Flávia Albuquerque - Repórter
	O Ministério Público Federal (MPF) em São José dos Campos 
está investigando 15 convênios com indícios de fraude, firmados entre o 
Ministério do Turismo e a Associação Brasileira das Empresas de 
Transporte Aéreo Regional (Abetar).
	Os convênios foram assinados entre 2006 e 2010 e previam a participação
 brasileira em eventos de aviação regional no exterior, a edição de 
guias de aviação regional, um estudo para a regulação do setor e dois 
congressos da entidade. Mais oito convênios celebrados entre 2008 e 2010
 estão sendo investigados em um inquérito aberto este ano.
	De acordo com o MPF, as apurações feitas nos dois inquéritos civis 
públicos mostram que há indícios de má utilização de parte dos recursos 
públicos federais repassados à Abetar. “Para a execução dos convênios, a
 Abetar contratava empresas privadas sem os devidos procedimentos de 
licitação, sendo que algumas dessas empresas foram criadas pouco antes 
da celebração do convênio. E [algumas das empresas contratadas] não têm 
sede ou funcionários, tampouco clientela, o que demonstra que somente 
existiam no papel”, diz o MPF.
	As investigações começaram em 2008 e partiram dos procuradores da 
República no município, que tiveram conhecimento de convênios assinados 
entre 2006 e 2007, nos valores de R$ 56 mil a R$ 447 mil. No ano 
passado, o MPF passou a investigar uma parceria de R$ 1,095 milhão do 
Programa Bem Receber Copa, para qualificação técnica e capacitação 
profissional. O programa é voltado para melhorias do setor de transporte
 aéreo regional com vistas à Copa do Mundo de 2014.
	Os procuradores da República Ricardo Baldani Oquendo e Fernando Lacerda
 Dias, responsáveis pelos inquéritos, encaminharam ofício à 
Controladoria-Geral da União em maio e destacaram a participação da 
Abetar no Conselho Nacional do Turismo, que faz parte do Ministério do 
Turismo. Os procuradores solicitaram, no ofício, atenção para a 
“aparente insuficiência [ou inexistência] dos mecanismos de controle 
interno do Ministério do Turismo, o que pode servir ao propósito de 
outras fraudes, envolvendo outras entidades”.
 
 
 
