Terça, 9 de agosto de 2011
Editorial do jornal "O Estado de S. Paulo"
A primeira reação 
pública da presidente Dilma Rousseff às denúncias de grossa corrupção no
 Ministério dos Transportes foi a de dar um voto de confiança ao seu 
titular Alfredo Nascimento, a ponto de lhe atribuir o comando das 
investigações dos malfeitos.
Dois dias depois, quando se revelou 
que o patrimônio de uma empresa do filho de Nascimento havia crescido 
inimagináveis 86.500% em dois anos, a presidente deu o dito pelo não 
dito.
Ou, nas palavras do já ex-ministro, ao depor no Congresso, 
retirou-lhe o apoio prometido. A história - ou, pelo menos, a sua 
primeira parte - se repete.
No domingo, um dia depois de a revista
 Veja noticiar que um influente lobista aboletado no Ministério da 
Agricultura, Júlio Fróes, teria uma gravação na qual o secretário 
executivo da pasta, Milton Ortolan, exigiria 10% de propina para renovar
 o contrato de uma gráfica com o órgão, o Planalto informou que a 
presidente "reitera sua confiança" no ministro Wagner Rossi, que está 
tomando "todas as providências necessárias".
A essa altura, 
Ortolan, que se declara amigo de Rossi há 25 anos e foi seu chefe de 
gabinete, havia se demitido, embora protestando inocência. O ministro 
também soltara uma nota dizendo não ter a menor ideia de quem era Fróes,
 o lobista.
 
 
 
