Terça, 9 de agosto de 2011
Pela "Auditoria Cidadã da Dívida"
A Folha Online mostra que a Presidente Dilma pediu ao Congresso que
não aprove nenhum projeto que aumente os gastos públicos, nesta
conjuntura de crise mundial. Em outras palavras: a crise global já está
se traduzindo em pesados custos para o povo brasileiro, que continuará
sofrendo com a manutenção de pesados cortes de gastos sociais, e com a
recusa governamental a qualquer reajuste para o funcionalismo público.
Também ficam obstruídas diversas propostas legislativas como a Proposta
de Emenda à Constituição nº 300 (que poderia aliviar o arrocho salarial
dos bombeiros e da polícia), da regulamentação da Emenda Constitucional
29 (que poderia gerar mais recursos para a saúde), ou do aumento dos
recursos da Educação para 10% do PIB.
Enquanto isso, os gastos com a dívida seguem sem limite algum, conforme mostra o Dividômetro da Auditoria Cidadã da Dívida,
segundo o qual já foram gastos em 2011 (até 5/8) R$ 541 bilhões em
juros e amortizações das dívidas externa e interna, o que representa
nada menos que 53% de todo o orçamento federal.
Em suma: apesar da
Presidente Dilma e do ex-presidente Lula terem criticado a forma na
qual os países ricos têm enfrentado a crise - com medidas recessivas e
salvamento do setor financeiro às custas do estado, conforme mostra o
Portal G1 – é exatamente desta forma que a crise está sendo “combatida”
no Brasil.
Na Itália, o “mercado” também é salvo pelo estado: o
Banco Central Europeu (BCE) comprou títulos da dívida italiana, em uma
operação que termina tendo efeito parecido com as costumeiras
intervenções do FMI, ou seja, a concessão de novos empréstimos para
viabilizar o pagamento das dívidas anteriores. Tal operação, claro, é
sempre condicionada à adoção de medidas nefastas, que foram enviadas
pelo BCE ao primeiro ministro Silvio Berlusconi em carta secreta, e
incluem “a necessidade de privatizações rápidas, incluindo empresas municipais, e de uma reforma do mercado de trabalho”, conforme mostra a Folha Online.
Diz ainda a Folha Online:
“A
carta, qualificada pelo "Corriere" como algo próximo de um "programa de
governo", estabelece uma lista de ‘medidas que devem ser adotadas, o
calendários para sua aplicação e até os instrumentos legislativos que
devem ser utilizados’.
O "Corriere" acrescenta que o
presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel,
também pediram à Itália a adoção das medidas anunciadas até o fim de
setembro.
Já a oposição pediu explicações sobre a carta.
"O
que realmente nos pedem o BCE e as instituições internacionais? Um
governo impotente totalmente desacreditado e agora sob tutela deve ao
menos dizer qual é a situação real", exigiu o líder do Partido Democrata
(PD), Pierluigi Bersani.
Berlusconi e o ministro das
Finanças, Giulio Tremonti, anunciaram na sexta-feira a aceleração de um
pacote de austeridade aprovado pelo Parlamento para alcançar o
equilíbrio orçamentário a partir de 2013, ao invés de 2014.
O
pacote, cujos detalhes não foram divulgados, prevê também uma reforma
no mercado de trabalho a partir da liberalização das "profissões
fechadas", para as quais é necessário formação específica.”
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