Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 20 de outubro de 2012

Entidades solicitam suspensão no país de milho transgênico da Monsanto

Sábado, 20 de outubro de 2012
Mais de 30 entidades questionaram o governo federal sobre a liberação do milho transgênico NK603 no Brasil. Por meio de ofício, pedem a suspensão do plantio, uso e comércio da tecnologia até que seja comprovada sua segurança alimentar.
www.brasil.agenciapulsar.org
Ofício alerta sobre perigo. (epa)


O documento foi assinado por distintos segmentos como institutos científicos, entidades jurídicas, organizações ambientalistas e movimentos sociais. Como principal argumento, utilizam a pesquisa publicada recentemente na Food and Chemical Toxicology, uma renomada revista científica.
O estudo revela uma mortalidade mais alta e frequente em ratos de laboratório que consumiram o milho transgênico. Após a divulgação dos resultados, a equipe de cientistas sofreu ataques da Monsanto, produtora do milho e do Roundup, agrotóxico utilizado no cultivo do produto.
Como desdobramento da publicação desta pesquisa, a Rússia suspendeu a importação do milho. Já a França requereu estudos à Agência Nacional de Segurança Sanitária e ao Alto Conselho de Biotecnologia sobre o NK603.
Porém, no Brasil a liberação do milho foi aprovada em 2008 pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Além desse milho, outras cinco variedades que utilizam a mesma tecnologia são plantadas e utilizadas no país para alimentação de animais e para consumo humano.
Gabriel Fernandes, da ASPTA - Agricultura e Agroecologia, uma das entidades que assinam a solicitação enviada ao governo, critica as liberações de transgênicos feitas em curto prazo. Ele explica que elas são baseadas em dados apresentados pelas próprias transnacionais interessadas.
Fernandes avalia que “a política do governo brasileiro é de estímulo aos transgênicos e ao agronegócio”. No entanto, diante das evidências sobre o milho NK603, acredita que o princípio da precaução, previsto em lei, possa ser aplicado. Aponta ainda que seriam necessários estudos independentes, ou seja, que não tenham ligação com a indústria dos transgênicos. (pulsar)