Quarta, 17 de
outubro de 2012
Por Ivan de Carvalho

Como se recordam os que viram a
propaganda questionada, esta acusou Imbassahy – que está apoiando a candidatura
de ACM Neto à prefeitura – de responsabilidade pela decisão de reduzir o
traçado do metrô de 12 para seis quilômetros, quando era prefeito.
Imbassahy acredita que não terá
dificuldade jurídica alguma para obter o direito de resposta. Tratando como
“uma mentira” a afirmação contida na propaganda do candidato do PT, ele explica
que a redução do projeto foi determinada “pelo governo federal do PT” em meados
de 2005, quando já governava Salvador, desde o princípio do ano, o prefeito
João Henrique, que na época tinha em seu governo muito importante participação
do próprio PT, inclusive com indicações feitas sob forte influência do deputado
Nelson Pelegrino, que detinha o controle do diretório municipal petista e, na
prática, comandava o PT na capital.
Imbassahy afirmou ontem que a
propaganda eleitoral petista cometeu “uma leviandade” e acrescentou que “eu
jamais aceitaria transformar o projeto original em um metrô calça-curta, o que
considero um desrespeito com a nossa população”.
O ex-prefeito de Salvador lembrou
que a decisão do governo federal petista recebeu, na época, críticas severas do
então secretário municipal de Transportes e Infraestrutura, Nestor Duarte Neto,
então filiado ao PSDB e que hoje está no comando da Secretaria de Administração
Penitenciária da Bahia, um órgão do governo estadual. Nestor Duarte Neto
definiu o corte no traçado do metrô como um erro gravíssimo, assinalou
Imbassahy, completando, numa declaração ao site Política Livre: “Está em todos os jornais da época, é só procurar”.
Imbassahy vem qualificando a
“mentira” da campanha do PT como “propaganda enganosa”. Não lhe foi perguntado
a quem ela procuraria enganar.
ESTRATÉGIA
Na fase de campanha eleitoral para o
primeiro turno das eleições, a ampla coligação partidária liderada pelo PT e
que tem como candidato a prefeito o deputado Nelson Pelegrino contou com
circunstâncias ideais para colocar na defesa o principal candidato da oposição,
ACM Neto.
Uma
delas, o fato de Pelegrino ter quase o triplo do tempo de ACM Neto na
propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Houve outras circunstâncias
favoráveis a tal estratégia, entre elas a participação de candidatos que
constituíam, na verdade, linha auxiliar da candidatura petista, como é o caso
óbvio do deputado Márcio Marinho.
As
circunstâncias na campanha para o segundo turno são diferentes, favorecem muito
menos a estratégia petista de ficar na ofensiva e manter o adversário na
defesa. Mesmo assim, parece, pelos primeiros passos, que a campanha petista se
dispõe a tentar repetir a estratégia. Esse ataque claramente não apoiado nos
fatos a Imbassahy (para atingir ACM Neto por tabela) não é o único sinal. A
pressa em trazer a um comício em Salvador ainda na próxima sexta-feira (ela que
cancelara um comício em São Paulo no mesmo dia) a presidente Dilma Rousseff é
outro indício da tentativa de manter a estratégia do primeiro turno, de não
abrir espaço para o adversário ir ao ataque. Até porque ACM Neto está com
disposição de sair das cordas e atacar, segundo o que disse logo após a
contagem dos votos do primeiro turno: que nesta segunda fase iria “desmascarar”
a candidatura adversária.
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Este artigo foi
publicado originariamente na Tribuna da Bahia desta quarta.
Ivan de Carvalho
é jornalista baiano