Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Stedile afirma que reforma agrária está parada no Brasil

Teça, 23 de outubro de 2012
Ao fazer uma avaliação sobre a questão agrária no país, João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou que a "reforma agrária está parada".

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Stedile defende agroecologia (rogeografo)

Stedile assegura que são quatro os motivos pelos quais a reforma agrária está estacionada. O primeiro seria o avanço do agronegócio no país, que hoje tem a hegemonia da produção; o segundo seria a crise capitalista no mundo, que trouxe para o Brasil vários investidores, o que causou um aumento no preço das terras

Outro motivo seria os esforços dos ruralistas para barrar a reforma agrária; e, em último lugar, estaria a dificuldade dos movimentos do campo para retomar as grandes mobilizações por terra. Para o ativista, a população brasileira precisa de uma verdadeira reforma agrária, que recoloque a produção de alimentos, adote a agroecologia e retome o controle dos recursos naturais.

Analisando o governo da presidenta Dilma Rousseff, há dois anos a frente do Brasil, Stedile entende que a atual gestão está engessada para as mudanças estruturais que o país precisa.

A necessidade de fomento à agricultura familiar também foi lembrada pelo ativista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele ressaltou que hoje a estrutura da produção agrícola se configura da seguinte forma: 85% dos recursos são voltados para a produção para exportação e apenas 15% se destinam ao mercado interno.

Stedile defende que a agricultura familiar "seja o centro e não o complemento” na estrutura agrícula. Dentre os caminhos apontados para essa mudança está, segundo ele, a adoção de técnicas da pequena agricultura, como a não utilização dos agrotóxicos e o fortalecimento da agroindústria cooperada. (pulsar/adital)