Sexta, 21 de junho de 2013
Por Mauro Santayana
(Carta Maior) - A violência da polícia,
na repressão aos protestos contra o aumento das tarifas de ônibus, em São Paulo, no Rio e em
Niterói, deve ser vista além dos episódios em si mesmos. Estamos nos tornando
um estado policial, sem que haja uma reação coordenada de defesa da cidadania.
É provável que os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro estejam
perdendo o controle de seu sistema de segurança, o que é grave; mas também é
possível que eles tenham estimulado a caça indiscriminada aos manifestantes – e
isso é alarmante.
Argumenta-se que o aumento anunciado –
de apenas vinte centavos – é irrisório e não justificaria a reação popular. Os
mais vividos se recordam que quebra-quebras
promovidos pelos estudantes – aos quais se somavam os transeuntes disponíveis –
sempre houve no passado. Não só se protestava contra o aumento dos transportes
coletivos, como, também, contra o aumento dos ingressos cinematográficos. Isso
sem esquecer as costumeiras passeatas contra o alto custo de vida, que se
faziam sob a percussão de garfos e facas contra panelas vazias.