Sexta, 20 de setembro de 2013
Da Agência Brasil
A Justiça do Pará condenou, no fim desta noite de hoje (19),
o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, a 30 anos de prisão,
inicialmente em regime fechado, pela morte da missionária Dorothy Stang,
na qualidade de coautor e mandante do crime. O julgamento, o quarto
realizado após recursos dos advogados, durou mais de 14 horas. A
sentença foi lida pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa.
Dorothy Stang foi morta a tiros no município de Anapu, no sudoeste
paraense, em 12 de fevereiro de 2005. De acordo com o Ministério
Público, ela foi assassinada porque defendia a implantação de
assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram
disputadas por fazendeiros e madeireiros da região.
As investigações das polícias Civil e Federal na época do crime
indicaram que Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Batista foram os
autores do assassinato. Amair Feijoli Cunha, o Tato, foi apontado como
intermediário. Ele foi contratado por Bida e por Regivaldo Pereira
Galvão, conhecido como Taradão, que pagaram R$ 50 mil pelo assassinato
da missionária, conforme a investigação. A defesa de Bida alegou que não
havia evidências suficientes que comprovasse o envolvimento do
fazendeiro no caso.
Condenado a 30 anos no primeiro julgamento, em 2007, Bida teve
direito a novo júri em 2008, quando foi absolvido. O segundo julgamento,
no entanto, foi anulado por fraude processual. No terceiro julgamento,
que durou mais de 50 dias, Bida voltou a ser condenado, mas os advogados
conseguiram a anulação alegando cerceamento de defesa.
Na ocasião, o fazendeiro foi a júri representado por um defensor
público, que admitiu posteriormente não ter tido acesso a todo o
processo, o que foi usado pela defesa posterior de Bida para pedir a
anulação do julgamento.