Domingo, 1 de agosto de 2013
Publicado em 01/09/2013
Um dia na história da luta contra a violência, a ganância e a opressão…
Depois de quatro dias de sessão de julgamento, iniciada na manhã de
27 de agosto, foi conhecido na madrugada do sábado, 31 de agosto de
2013, em Belo Horizonte, o veredicto do júri federal da Chacina de Unaí,
no qual representei o Ministério Público Federal (MPF) ao lado da
colega Mirian Moreira Lima, autora da denúncia e responsável pela
instrução no sumário, trabalho que desempenhou desde a primeira hora, ao
lado de outros valorosos procuradores da República, como Edmundo Dias,
Adailton Nascimento, José Jairo Gomes, Zani Cajueiro, Carlos Alberto de
Carvalho Vilhena Coelho, Elizeta Maria de Paiva Ramos e Raquel Dodge.
Juntaram-se a nós no plenário do júri federal os advogados
Francisco Rogério del Corsi Campos e Antônio Francisco Patente, dois
respeitados nomes da advocacia mineira, que patrocinaram as viúvas de João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonçalves e Ailton Pereira de Oliveira e da filha de Nelson José da Silva. Estavam habilitadas como assistentes da acusação. O governo federal, que observou o episódio desde a consumação do crime, enviou o advogado José Guerra, representante da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH)
da presidência da República, para acompanhar o júri. As entidades de
classe dos auditores fiscais do trabalho também foram fundamentais para o
andamento do caso e estiveram presentes até o último minuto.
Um caso como este nunca é fácil. Mas a Polícia Federal (DPF), o
Instituto Nacional de Criminalística (INC) e a Polícia Civil de Minas
Gerais (PC/MG) realizaram uma investigação primorosa,
tendo reunido provas técnicas, testemunhais e documentais irrefutáveis,
confirmadas e ampliadas pelo MPF durante a fase do sumário. Delação
premiada firmada pela Procuradoria da República em Minas Gerais com um
dos agenciadores do crime ajudou a elucidar minuciosamente a cadeia de mando, desde o planejamento à execução.