Sexta, 7 de fevereiro de 2014
Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
A Comissão Municipal da Verdade
de São Paulo encaminhou hoje (6) um ofício à presidenta da República,
Dilma Rousseff, pedindo para que seja atribuída à ditadura militar a
responsabilidade pela morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Desde
o ano passado, a comissão tem investigado a morte de Juscelino e
concluiu que a versão oficial sobre a morte do ex-presidente foi
“forjada” durante a ditadura militar.
A versão oficial diz que JK morreu em agosto de 1976 em um acidente
de carro na Rodovia Presidente Dutra, quando o carro em que estava
colidiu com uma carreta após ter sido fechado por um ônibus. Após uma
série de audiências durante o ano passado para investigar a morte do
ex-presidente e de seu motorista, Geraldo Ribeiro, a comissão decidiu
declarar, em dezembro, que Juscelino sofreu um atentado político e foi,
na verdade, assassinado durante a ditadura militar.
Um relatório sobre a morte do ex-presidente, produzido pela comissão e
com a conclusão de que ele foi assassinado, também foi encaminhado à
presidenta Dilma. Além da presidenta, também receberam uma cópia do
relatório o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa; o
presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros; o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot; e o coordenador da Comissão Nacional da
Verdade Pedro Dallari.
"Juscelino Kubitschek não perdeu a vida em um simples acidente de
trânsito, conforme alegaram as autoridades do período militar com base
em perícias feitas em 1976 e mesmo as que vieram depois", disse o
vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão Municipal da
Verdade, por meio de nota. "JK foi vítima de conspiração, complô e
atentado político. Agora, queremos que as autoridades federais proclamem
oficialmente o assassinato de JK, para que possamos alterar de uma vez
por todas essa página vergonhosa de nossa história".