Quarta,
11 de junho de 2014
Foto: Marcello Casal Jr / ABr

Leia a seguir a
reportagem da Agência Brasil: "Alves contesta reportagem sobre deputado
corrupto fictício". O juiz Márlon Ribeiro é um dos organizadores do
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, MCCE, uma ONG de combate à corrupção
eleitoral. Foi, essa ONG, a responsável maior pela apresentação do projeto
"Ficha Limpa". Poderia ele, assim, agradar a Suas Excelências?
Claro que não. Veja a reportagem da Agência Brasil
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Alves contesta reportagem sobre deputado corrupto fictício
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), anunciou que vai entrar com uma representação no Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) contra o juiz Márlon Ribeiro, autor do livro O Nobre
Deputado. Em pronunciamento [lido], Alves rebateu reportagem exibida pelo programa
Fantástico, da Rede Globo [clique aqui e veja texto e vídeo do Fantástico], sobre o livro, que retrata um deputado
fictício, chamado Cândido Peçanha, que compra votos, desvia recursos públicos e
pratica diversos atos de corrupção.
No pronunciamento, a reportagem, segundo Alves, incorre em
“denúncias genéricas, sem indicação de nomes, minam as instituições
fundamentais” e “reforça nos eleitores a falsa ideia de que a política nada
lhes serve”.
Parlamentares da oposição e da situação também chamaram de
“genéricas” as informações apresentadas pela reportagem. O presidente da
Câmara criticou ainda o uso de imagens das sessões da Câmara dos Deputados para
ilustrar a atuação do personagem. “As diversas alusões a um deputado fictício,
associadas a repetidas imagens no plenário da Câmara dos Deputados e do Palácio
do Congresso traduzem exercício impróprio do direito de informar: sem
possibilitar o direito de defesa, vilipendiam a imagem do Parlamento.”
Após o pronunciamento, os deputados fizeram um apelo para
que Alves entrasse com um pedido de direito de resposta na emissora. O líder do
DEM, deputado Mendonça Filho (DEM-PE), disse que a denúncia era gravíssima e
cobrou que o juiz prove o que relatado no livro. “Se porventura existe alguém
cometendo uma irregularidade que se aponte”. Já o vice-presidente da Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu, que além da representação no CNJ, o juiz
seja convidado a falar no Parlamento. “Caso as denúncias sejam verídicas, que
se abra comissão parlamentar de inquérito (CPI), ou se tome outras medidas
cabíveis,” argumentou.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) saiu em defesa do juiz e
alegou que os deputados estão extrapolando, uma vez que a reportagem é
“baseada, no livro do juiz, que é uma obra de ficção com elementos da
realidade, mas que apresenta as coisas de forma genérica", disse, porém
criticou a reportagem.