Segunda, 9 de
junho de 2014
Andreia
Verdélio - Repórter da Agência
Professores, servidores e estudantes da Universidade de
Brasília fizeram hoje (9) um protesto contra a ocupação da Reitoria, que ocorre
desde o dia 5. Os invasores pedem o arquivamento dos processos relativos ao
denominado catracaço e aos danos provocados durante festas no Instituto Central
de Ciências.
O catracaço aconteceu em fevereiro do ano passado, quando
alunos liberaram as catracas do restaurante universitário, em protesto contra o
sistema de assistência estudantil. Segundo a universidade, os prejuízos somam
R$ 29 mil. Oito estudantes respondem a processo administrativo e podem ter que
pagar os prejuízos à empresa que administra o restaurante.
A decisão de ocupar a reitoria foi tomada após reunião dos
estudantes. “Houve diálogo, mas a resposta da reitoria foi intransigente e
descaradamente desonesta quanto a não cumprir a promessa de não criminalizar os
estudantes”, disse um dos alunos, que não quis se identificar.
Os estudantes estão encapuzados, segundo eles, como
autodefesa do movimento e prevenção por conta dos processos.
Segundo o reitor da UnB, Ivan Camargo, o ato dos professores
é pela democracia, por respeito à decisões colegiadas e contra a violência. Ele
explica que o processo administrativo em andamento tem toda a possibilidade de
discussão e recursos.
“[Os estudantes] são contra a responsabilização, uma decisão
administrativa, institucional, de que dano ao patrimônio tem que ser
responsabilizado. O que estamos fazendo é cobrar as contas de ações como a do
catracaço e dos quebra-quebras em festas organizadas pelos centros acadêmicos”,
disse o reitor.
Sobre as festas, os estudantes querem um debate no qual os
estudantes tenham o mesmo poder de decisão da universidade, “entendendo que não
são simplesmente festas, elas fazem parte da cultura universitária, tanto no
sentido político, quanto social”, disse um dos alunos.
O Diretório Central dos Estudantes é contra os processos
administrativos, mas também é contra a ocupação da reitoria. Segundo Gabriela
Sarkis, coordenadora do diretório, uma ocupação é válida depois que as vias
institucionais não dão resultado.
“Essa ocupação não foi legítima. O professor Ivan explicou
que apenas o Conselho de Administração pode tirar os processos, e que levaria o
assunto na próxima reunião, mas alguns estudantes mais radicais não ficaram
satisfeitos e acabaram ocupando a reitoria sem mesmo saber quais seriam as
pautas”, disse.
Esta marcada para amanhã, ao meio dia, uma assembleia com
estudantes para definir os rumos da ocupação.