Quarta,
11 de junho de 2014
Fernanda Cruz — Repórter da Agência Brasil
Professores,
funcionários e alunos da Universidade de São Paulo (USP) bloqueiam a entrada do
campus do Butantã, na zona oeste da cidade. O protesto foi organizado com o
objetivo de chamar a atenção para a greve na instituição, que já dura 15 dias.
Segundo
Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), a
categoria reivindica reajuste salarial de 10%, a suspensão do corte de 30% na
verba destinada ao ensino e à pesquisa e a contratação de professores e
funcionários.
“Essa é
uma luta de professores, funcionários e estudantes, e é uma luta de todos
porque a USP é um patrimônio do povo brasileiro. Quem sustenta isso aqui é o
povo, cuja maioria não tem nem como entrar na universidade”, declarou.
A greve,
que começou no dia 27 de maio, recebeu apoio do Diretório Central dos
Estudantes (DCE). Para a entidade, o ensino e a pesquisa estão sendo
prejudicados. “As universidades já viviam no limite. Esse corte vai levar ao
caos. A USP é responsável por 30% da pesquisa no Brasil. As três universidades
estaduais paulistas são responsáveis por mais de 50%”, disse o presidente do
Sintusp.
Além da
pesquisa, alguns serviços oferecidos pela universidade, como o de saúde, foram
afetados pelo corte de orçamento, informou o sindicalista. “O hospital
universitário está tendo que suspender cirurgias porque falta material básico.
Até fio de sutura, outro dia, não tinha. Teve que suspender cirurgia. Coisas
absurdas que estão acontecendo numa universidade que era a melhor da América
latina e agora perdeu para outra universidade do Chile.”
Os
grevistas devem seguir hoje, às 17h, para a Avenida Paulista onde faz uma
passeata em solidariedade aos metroviários demitidos após a greve. O ato vai
começar no Museu de Arte de São Paulo (Masp).
A Agência Brasil entrou em contato
com a Reitoria da Universidade de São Paulo, mas até a publicação da matéria
não obteve retorno.