Quinta, 3
de julho de 2014
Da Agência
Brasil — Edição: Luana Lourenço
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou hoje (3),
após reunião em Washington, uma declaração de respaldo à posição da Argentina
no caso da reestruturação da sua dívida. Segundo o texto aprovado, “é essencial
para a estabilidade e previsibilidade da arquitetura financeira internacional
garantir que os acordos alcançados sejam respeitados”.
O documento não foi apoiado pelo Canadá e Estados Unidos. No
caso dos EUA, foi incluída uma nota em que o país afirma “não poder dar apoio”
e que o tema continua nas mãos de seu sistema judicial. As delegações do Brasil
e do Uruguai haviam preparado um projeto de declaração em favor da Argentina
antes da reunião.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, afirmou na
abertura do encontro que a ação dos chamados fundos abutres contra a Argentina
representa "perigo" para o sistema financeiro internacional. Segundo
ele, "não lhes importa se isso [sua atitude] resulta em um aumento de
pobreza para os países".
Insulza deu as declarações em reunião da OEA para discutir a
crise da dívida argentina, em Washington. O encontro de ministros das Relações
Exteriores dos estados-membro foi convocado a pedido dos argentinos. O
chanceler e o ministro da Economia argentinos, Héctor Timerman e Axel Kiciloff,
respectivamente, estavam presentes, bem como o ministro das Relações Exteriores
brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo.
Em sua fala, Timerman afirmou que a Argentina vai negociar,
mas que não vai abandonar seu povo para favorecer os fundos abutres. Kiciloff
disse que a decisão do juiz norte-americano Thomas Griesa sobre a questão criou
um problema que não é exclusivo da Argentina, mas de todos os países. De acordo
com o ministro, o problema "não é só financeiro, nem judicial, nem de
jurisdição, mas do mundo inteiro e mostra uma falha de financiamento dos
países".
No último dia 26 de junho, a Argentina depositou US$1 bilhão
destinado ao pagamento de 93% dos credores que aceitaram a reestruturação da
dívida com o país. Entretanto, Griesa ordenou a restituição da verba ao país,
entendendo que os argentinos devem pagar a fundos especulativos, conhecidos
como fundos abutres, que reclamam 100% do valor nominal dos títulos.
Mais cedo, o chefe da Casa Civil argentino, José Capitanich,
disse esperar que a partir de 7 de julho, data estabelecida por Daniel Pollak,
mediador escolhido pelo juiz Griesa, tenha inicio o diálogo “para determinar as
condições de negociação” com os fundos abutres.
*Com informações da Agência Telam
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