Sexta, 3 de abril de 2015
Documentos e testemunha mostram que a presidente Dilma avalizou o contrato de montagem do Estaleiro Rio Grande, envolvido desde a sua origem em esquemas fraudulentos e por onde escoaram mais de R$ 100 milhões em propinas para os cofres do PT e aliados
Claudio Dantas Sequeira — Revista IstoÉ
A Operação Lava Jato já concluiu que, a partir de 2010, pelo Estaleiro
Rio Grande, escoaram propinas de cerca de R$ 100 milhões para os cofres
do PT e aliados. A constatação foi extraída a partir de delações
premiadas, dentre elas a do ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro
Barusco, e de Gerson Almada, vice-presidente da Engevix. A partir das
próximas semanas, o Ministério Público terá acesso a um outro capítulo
sobre as falcatruas que envolvem o estaleiro e, pela primeira vez, um
documento com a assinatura da presidente Dilma Rousseff será apresentado
aos procuradores que investigam o Petrolão. Trata-se do contrato que
deu início a implementação do Estaleiro Rio Grande, em 2006. Dilma, na
época ministra da Casa Civil, assina como testemunha. Renato Duque,
ex-diretor de Serviços da Petrobras e hoje na cadeia, assina como
interveniente, uma espécie de avalista do negócio.
O documento será entregue aos procuradores por um ex-funcionário da
Petrobras que resolveu colaborar com as investigações, desde que sua
identidade seja preservada. Ele atua há 30 anos no setor de petróleo e
durante 20 anos trabalhou na Petrobras. Além do contrato, essa nova
testemunha vai revelar aos procuradores que desde a sua implementação o
Estaleiro vem sendo usado para desviar recursos púbicos e favorecer
empresas privadas a pedido do PT. Na semana passada, a testemunha
antecipou à ISTOÉ tudo o que pretende contar ao Ministério Público.
Disse que o contrato para a implementação do Estaleiro é fruto de uma
“licitação fraudulenta, direcionada a pedido da cúpula do PT para
favorecer a WTorre Engenharia”. Afirmou que, depois de assinado o
contrato, servidores da Petrobras “foram pressionados a aprovar uma
sucessão de aditivos irregulares e a endossarem prestações de contas sem
nenhuma comprovação ou visivelmente superfaturadas”. Um mecanismo que
teria lesado a estatal em mais de R$ 500 milhões.
Leia a íntegra em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/412014_COM+A+ASSINATURA+DE+DILMA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage