Domingo, 19
de abril de 2015
Paulo Victor
Chagas – Repórter da Agência Brasil
A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou neste domingo
(19) áudio com a íntegra de uma conversa entre funcionários do órgão e o ex-diretor
da SBM Offshore, Jonathan David Taylor. A empresa holandesa é alvo de processo
punitivo por indícios de corrupção envolvendo a Petrobras. O depoimento de
Taylor ocorreu em outubro de 2014, após contato feito pelo ex-diretor, alegando
ter elementos que poderiam contribuir com as investigações.
Em nota à imprensa, a CGU reafirma que a documentação
apresentada pelo ex-funcionário da SBM não foi utilizada no momento da
conclusão do processo, pois havia indícios de que os documentos poderiam ter
sido obtido por meios ilícitos, o que poderia contaminar toda a investigação.
A divulgação é desdobramento dos fatos da última semana,
quando, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Jonathan Taylor disse
que entregou documentos à CGU em agosto e que a investigação terminou após o
período eleitoral para “proteger o PT e a presidenta Dilma”. O órgão alega que
o processo começou em abril do ano passado e que as ações continuaram sendo
divulgadas independentemente do calendário eleitoral.
Nova reportagem da Folha neste domingo (19) exibe
trecho do áudio em que Taylor afirma aos funcionários da CGU que as propinas da
SBM foram pagas pessoalmente a servidores da Petrobras. De acordo com a CGU, no
entanto, os materiais entregues pelo ex-diretor não continham elementos que
indicassem ilícitos envolvendo funcionários da SBM e da estatal brasileira. O áudio divulgado na internet revela, conforme a
CGU, que Taylor afirmou nunca ter visto as transferências de recursos a agentes
públicos da Petrobras.
De acordo com o veículo, a afirmação de Taylor era
desconhecida até então pelos funcionários da CGU, o que indicaria uma
“contribuição mais decisiva” do ex-diretor para as investigações. O órgão
confirma que encontrou dificuldades para receber informações do Ministério
Público da Holanda, mas acrescenta que, embora importantes, elas não foram
indispensáveis para a sua atuação.
“Até o momento, o volume de informações supera o tamanho de
12 terabytes [terabyte é medida de informação, usada na informática,
equivalente a cerca de 1,1 bilhão de bytes]. A complexidade e a dimensão dos
trabalhos resultaram na atuação coordenada com o envolvimento de quatro áreas
da CGU (Correição, Auditoria, Cooperação Internacional e Inteligência). Todo
esse trabalho se deu paralelamente ao levantamento e à análise de informações
no Brasil. A CGU não esperou, em nenhum momento, pelas informações estrangeiras
para começar a agir”, diz a nota.
Leia no link abaixo a reportagem "Gravação contradiz versão da CGU sobre investigação"
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/04/1618232-gravacao-contradiz-versao-da-cgu-sobre-investigacao.shtml