Sábado, 18 de abril de 2015
É um assunto tão importante que
deveria ser tratado com extrema e total seriedade. Os que votaram pela redução
da criminalidade para 16 anos, consideram que reduzirão automaticamente essa
mesma criminalidade. Nada a ver.
Estão discutindo (e ás vezes se
hostilizando) se a proposta é constitucional ou não, o que afinal terá que ser
resolvido no Supremo Tribunal Federal. Mas a questão está muito alem desse
espectro. É necessário estudar, analisar e consolidar a certeza de que essa
providencia, terá efeito visível na queda do número de crimes. Está longe disso.
O Brasil não tem o mínimo de
condições de manter adultos presos, quanto mais os jovens encarcerados, sem a
menor atenção. Quando Bernard Shaw escreveu, “numa penitenciária o homem
angustiado é o seu diretor”, estava na certa pensando na forja de criminosos
nos cárceres do Brasil.
Por enquanto, só uma votação. Mas na
excelente foto de Ailton de Freitas, os vencedores ás gargalhadas, braços para
o alto, como se estivessem festejando a vitória num Fla-Flu. Não têm a menor
seriedade para decidir uma questão como essa.
O número de criminosos com 16 anos é
mínimo. Pesquisadores importantes e respeitados avaliam que: ”jovens de 16 anos
e criminosos não chegam a 1 por cento dos que atingem essa idade”. E a maior
parte deles são capturados pelos traficantes.
Esses servem ao crime até com menos
de 16 anos. São abandonados pelo poder público, não estudam, não trabalham, são
socorridos pelos traficantes. Recebem em dinheiro ou em droga. Foram viciados
pelos donos do morro, trabalham para “matar” o vício.
(Helio Fernandes em artigo deste sábado (18/4) na Tribuna da Imprensa)
(Helio Fernandes em artigo deste sábado (18/4) na Tribuna da Imprensa)