Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Força tarefa moral: STF leva tiro pela culatra!

Quinta, 1º de outubro de 2015
Juízes Federais e Procuradores da República criam "força tarefa moral" para ampliar a Lava Jato
A decisão do STF em fatiar as investigações sobre o envolvimento de empreiteiros, lobistas, operadores, políticos e até mesmo a banda suja da polícia nos crimes praticados no âmbito da operação Lava Jato, serviu apenas “acirrar” os ânimos dos “modernos operados do direito e da justiça” que servem ao Estado e não a organização criminosa que se instalou na Petrobrás, Eletrobrás, Nuclebrás, BNDES, Fundos de Pensão e Ministérios...
A comemoração dos advogados dos “bandidos” que roubaram bilhões do País, quebrando sua principal empresa, a Petrobrás, não vai durar nem uma semana. A Carta de Florianópolis foi um duríssimo recado aos ministros do STF que demonstram “simpatia” para com os criminosos envolvidos nesse gigantesco esquema de corrupção. O documento tirado em um congresso que contou, inclusive com a participação do Presidente do STF, Senhor Lewandowski, reflete o pensamento dos Juízes Federais Criminais de todo o País.
Cometeu um “erro de avaliação gigantesco” quem imaginou que a “puxada de tapete” praticada contra a atuação do Juiz Sérgio Moro, dos Procuradores da República “entrincheirados” em Curitiba e da Polícia Federal iria “esvaziar“, “retardar” e “melar” a Lava Jato. Ao contrário, o voto encaminhador do fatiamento da operação, da “lavra” do ex-advogado do Partido dos Trabalhadores, hoje investido “Ministro do STF“, Senhor Tófolli já causa desconforto entre os Ministros que o acompanharam na decisão. Ao menos 04 já estão inclinados, em sede de embargos de declaração, alterar sua posição, segundo fontes “autorizadas” junto aos mais respeitados jornalistas que atuam em Brasília.
Para quem, inadvertidamente, imagina que os jovens Juízes Federais e a moderna Procuradoria da República habitam uma redoma, que não conversam e não integarem, seria recomendável um pouco mais de cuidado antes de falar… de comemorar. Esse novo “staff” da justiça brasileira tem outra “cabeça“. São regidos por um “padrão moral” inviolável. São capazes de tudo na busca da distribuição de um direito justo, menos de se corromper!
Como bem dizem os gaúchos: É bom que os advogados que defendem os bandidos envolvidos na roubalheira bilionária apurada na Lava Jato que falem menos, trabalhem mais e convençam seus “clientes” de que o caminho da delação é o meio mais curto para não “morrerem na cadeia“, pois não terá “supremo algum” capaz de enfrentar as ruas e desconstituir sentenças justas e prolatadas dento da lei.
Leia a Carta de Florianópolis..
 “Os Juízes Federais presentes ao IV FÓRUM NACIONAL DOS JUÍZES FEDERAIS CRIMINAIS buscam a maior efetividade da jurisdição criminal e a adoção de medidas contra a impunidade, sem prejuízo de qualquer garantia ou direito fundamental. Também defendem a necessidade de um Judiciário forte e independente como instituição vital contra todas as práticas criminosas que enfraquecem a democracia, abalam a reputação do País no cenário internacional, inviabilizam a implementação de políticas públicas e prejudicam os menos favorecidos.
Os magistrados federais têm tratado dos casos criminais com isenção e igualmente com firmeza. Neste aspecto, a recuperação de quase R$ 1 bilhão de reais aos cofres públicos no âmbito da operação Lava Jato é fato significativo.
Apesar dos avanços legislativos recentes, há, ainda, outros aspectos que necessitam de reformulação, até mesmo em razão de compromissos assumidos pelo Brasil na órbita internacional. Neste sentido, os juízes federais criminais defendem a reforma do sistema de recursos, a aprovação da PEC 15/11 do Senado e/ou Projeto de Lei do Senado 402/15, além da ação civil de extinção do domínio, bem como a criação de um órgão central para coordenar toda a administração e destinação dos bens apreendidos pela justiça criminal.
Os magistrados federais estão imbuídos do objetivo de acelerar a prestação jurisdicional, evitar processos sem fim e diminuir a impunidade, a morosidade e a prescrição. O PLS 402/2015 aumenta a efetividade da Justiça e reforça a autoridade das decisões das cortes de apelação. Não retira poderes dos tribunais superiores, mas somente os poderes da inércia e da falta de justiça. Confiamos no apoio da sociedade civil ao projeto, que anseia por um processo penal mais justo, no qual o inocente é absolvido, mas o culpado, mesmo poderoso, é condenado e efetivamente punido.”
Fonte: CristalVox //// Blog do Sombra

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Impunidade de agentes públicos esvazia manifestações, diz ONG Artigo 19


Quinta, 17 de setembro de 2015
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
A impunidade dos agentes públicos responsáveis por violações aos direitos humanos durante protestos no país prejudica e sufoca as manifestações, a avaliação é da organização não governamental (ONG) internacional de direitos humanos Artigo 19. A ONG participou hoje (17), na Matilha Cultural, em São Paulo, de um debate sobre a violação de direitos nas manifestações.
Segundo a advogada da organização, Camila Marques, a falta de responsabilização nas violações cometidas por policiais provoca, em um primeiro momento, o esvaziamento das ruas. “É um efeito intimidatório muito grande que essa sensação de impunidade - de que os policiais podem fazer tudo e de que nada vai acontecer com eles - gera”, disse.
Segundo a advogada, o único caso de responsabilização criminal em protestos ocorreu no Rio de Janeiro, com a condenação do major Fábio Pinto Gonçalves e do tenente Bruno César Andrade Ferreira por forjarem um flagrante de porte de morteiros contra um menor de idade. “Tem inúmeros vídeos na internet que mostram ações policiais abusivas, policiais forjando flagrantes, policiais prendendo arbitrariamente e raríssimos casos de responsabilização”, afirmou.

sábado, 29 de novembro de 2014

CLDF: Distritais enrolados querem blindagem

Sábado, 29 de novembro de 2014
Almiro Marcos — Correio Braziliense
Apesar da presidência da Casa ter anunciado, na última terça-feira, o engavetamento das duas proposições — a segunda fecha a porta para cidadão comum e sociedade civil na lista dos que têm direito de apresentar pedidos de investigação contra distritais —, um grupo de parlamentares segue se articulando nos bastidores para tentar, de todas as formas, garantir a blindagem. A pressão nesse sentido é grande e as articulações, como moeda de troca, passam por votos na aprovação de projetos de interesse do atual governo (como a criação de um fundo da dívida ativa) e também no apoio a nomes para a eleição da futura Mesa Diretora.

Encrencados
 

Entre os deputados encrencados com a Justiça, a situação mais complexa é de Benedito Domingos (PP). Ele foi condenado no ano passado pelo Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) em ação penal por formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude a licitações por ter favorecido empresas da família em contratações públicas. Além disso, este ano, também foi condenado em segunda instância por improbidade administrativa por participação no Mensalão do DEM — esquema de pagamento de propina a autoridades públicas investigado pela Operação Caixa de Pandora em 2009. Os fatos tornaram o distrital inelegível à luz da Lei da Ficha Limpa.  

Dois réus da Pandora ao lado de Benedito, o federal eleito Rôney Nemer (PMDB) e o distrital Aylton Gomes (PR) também receberam condenação do TJDFT este ano por improbidade pelo mesmo caso. O militar foi condenado antes das eleições e virou ficha suja. Assim, a candidatura foi barrada. O peemedebista recebeu condenação depois das eleições e deve ter recurso contra expedição da diplomação apresentado pelo Ministério Público Eleitoral até o ano que vem.

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Reprodução de página do Correio Braziliense deste sábado, 29 de novembro de 2014. Dê um clique sobre a imagem para ampliá-la.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

#tomavergonhadeputado: Brasília pressiona contra blindagem a distritais

Terça, 25 de novembro de 2014
Assim como ocorreu em abril, quando a população foi às redes sociais protestar contra a "gazeta" oficializada e pediu #vaitrabalhardeputado, projeto que dá superpoderes a parlamentares distritais também ganha repúdio: #tomavergonhadeputado

Almiro Marcos — Correio Braziliense

Está nas mãos de 11 deputados a decisão a respeito da colocação em pauta, na sessão desta terça-feira (25/11), do Projeto de Resolução que praticamente inviabiliza a possibilidade de cassação de distritais. É o Colégio de Líderes que vai definir se o texto será apreciado em segundo turno, adiado ou mesmo engavetado. A proposta, apresentada em 12 de novembro e aprovada em primeiro turno na mesma data em tempo recorde, prevê que os parlamentares com ações criminais ou por improbidade administrativa na esfera judicial só poderão ter abertos contra si processos internos de cassação quando não houver mais qualquer possibilidade de recurso na Justiça.
Na prática, diante de tantos recursos judiciais, a proposta cria a situação de que um pedido de investigação interna só poderia ser feito cerca de 20 anos depois do fim de um mandato. "Eu reconheço que não houve a discussão necessária. Foi apresentado de maneira açodada", admite o presidente da Casa, Wasny de Roure (PT).
A movimentação no sentido de blindar os deputados contra possibilidade de cassação gerou reações negativas na sociedade. Os parlamentares começaram a ser cobrados nas ruas e nas redes sociais. Uma repetição do que ocorreu entre maio e abril, quando houve uma tentativa de oficialização da gazeta, e a comunidade passou a cobrar os parlamentares por meio da hashtag #vaitrabalhardeputado. Agora, o projeto é considerado tão sem propósito que gerou outra tag: #tomavergonhadeputado.
O caso ganhou tanta repercussão que a bancada do PT reuniu-se para discutir uma saída. A proposta do partido é que o projeto seja retirado definitivamente da pauta e que o Código de Ética e o Regimento Interno sejam atualizados de maneira global.
Leia também:
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Comentário (ou desabafo) do Gama Livre
#tomavergonhadeputado
 

sábado, 19 de abril de 2014

Cenas de horror; truculência da polícia contra um jovem

Sábado, 19 de abril de 2014 
Do Blog do Mino
Cenas de horror

 As cenas de horror de um vídeo de dois minutos e cinco segundos é a cara da policia brasileira e repercute no mundo todo e mostra como funcinários públicos faltam com desrespeito à dignidade de um ser humano. Policiais civis e militares agridem um jovem por causa de uma tatuagem dentro de uma delegacia. O jovem ao ser detido tinha nas costas a tatuagem de um palhaço. O jovem chora e grita de dor de tanto tapa na cara e os policiais, riem e não satisfeitos chamam uma emissora de televisão e mandam o jovem proferir as seguintes palavras: "Sikêra, eu tô arrependido desta tatuagem, isso é coisa de Zé Arruela" diz ao radialista apresentador do programa de terror chamado Plantão Policial da TV alagoana. As imagens circulam em aparelhos de celular de todo planeta, por meio do WhatsApp e causam indignação. A Secretaria Nacional dos Direitos Humanos quer que os policiais sejam identificados e punidos até com a exclusão dos quadros de servidores do governo de Alagoas. Recentemente o Ministério Público do DF chamou todas as emissoras de televisão da capital e as advertiu sobre imagens que ferem os direitos fundamentais da dignidade humana e promovem delegados em busca do estrelato. Pelo menos duas emissoras de Brasília desconsideram a determinação do MPDFT e podem sofrer penas mais duras, como por exemplo, sair do ar por 24 horas

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Investigações do Ministério Público são arquivadas pela Justiça

Segunda, 19 de agosto de 2013
Lucas Pavanelli
(O Tempo)
Em 2011, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ingressou com uma ação por improbidade administrativa contra todos os 41 vereadores de Belo Horizonte por mau uso da verba indenizatória. No mesmo ano, o órgão, baseado na Lei do Nepotismo, questionou a nomeação de Tiago Lacerda, pelo pai, o prefeito Marcio Lacerda (PSB), para a presidência do Comitê Executivo da Copa na capital.
 
Após reportagens de O Tempo sobre os gastos de deputados estaduais com o auxílio-moradia, a promotoria prometeu agilizar a investigação em curso sobre o tema iniciada em 2011. No ano passado, o MPMG voltou a denunciar 12 parlamentares da capital por utilizarem a verba de gabinete, dessa vez, porque custearam as campanha eleitorais com o recurso.
 
Todos esses casos têm duas semelhanças. Neles, o Ministério Público questionou o uso de verba pública ou a moralidade do agente público e, igualmente, nenhum obteve o desfecho esperado. Os motivos são diversos: arquivamento, derrota no Judiciário ou a investigação que se arrasta ao longo do tempo.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Projeto de Lei Complementar 132 de 2012 enfraquece controle externo da atividade policial pelo Ministério Público

Quarta, 29 de maio de 2013
Projeto aprovado pelo Senado Federal segue para sanção presidencial. Para o Ministério Público Federal, iniciativa mina os poderes da instituição de requisitar e investigar
 
O Ministério Público Federal (MPF) considera que a aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 132/2012 – que dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia – acarretará efeitos nocivos para a execução da política criminal e o efetivo combate à criminalidade. Para o MPF, a investigação criminal não é atividade exclusiva da polícia judiciária, mas comum a diversos órgãos de Estado, como Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU).
 
Fonte: MPF

quarta-feira, 10 de abril de 2013

PEC da Impunidade será discutida na Associação Ibero-americana de Ministérios Públicos

Quarta, 10 de abril de 2013
Do MPF
Associação Ibero-americana de Ministérios Públicos delibera pela realização de assembleia-geral extraordinária para discussão sobre o poder de investigação do Ministério Público brasileiro

Representantes dos Ministérios Públicos de Chile, Costa Rica, Equador, Espanha, México, Panamá e Paraguai decidiram sobre a necessidade de uma assembleia-geral extraordinária da Associação Ibero-americana de Ministérios Públicos (Aiamp) para discussão da Proposta de Emenda à Constituição nº 37 (PEC 37), que pretende excluir o Ministério Público e outros órgãos de controle de realizar investigações criminais. A deliberação ocorreu durante a III Reunião do Comitê Executivo da Aiamp, na última sexta-feira, 5 de abril, em Assunção, Paraguai. A assembleia-geral extraordinária deve ocorrer no final de maio.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

PEC que reduz poder do MP avança na Assembleia-SP

Quinta, 21 de fevereiro de 2013

Fausto Macedo - Agência Estado
Chegou à Mesa da Assembleia Legislativa de São Paulo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inquieta o Ministério Público porque tira dos promotores o poder de investigar deputados estaduais, prefeitos e secretários de Estado e confere tal atribuição exclusivamente ao procurador-geral de Justiça. O texto, subscrito por 33 parlamentares, foi publicado na edição desta quarta feira do Diário Oficial do Estado e vai agora para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça.

domingo, 7 de agosto de 2011

Impunidade para quem?

Domingo, 7 de agosto de 2011
Do Painel Notícias
Por Heloisa Helena
Os velhos humanistas espanhóis propagavam em belo enunciado que as leis ao serem aplicadas deveriam ser flexíveis para os fracos, firmes para os fortes e implacáveis para os contumazes. Na realidade, dos nossos tristes e violentos dias, os fracos enfrentam o rigor das leis ou a própria barbárie em que eles estão inseridos enquanto que os poderosos e contumazes sempre conseguem usufruir da flexibilidade da legislação e das benécias do poder para consolidar a vergonhosa impunidade. Vez ou outra – tipo 1 em 1 milhão - é que um desses poderosos é condenado até para salvaguardar o próprio sistema e sua podridão! Em outro texto – antigo e bastante atual – o Pe. Antonio Vieira alertava que até Jesus tratava de forma diferenciada o ladrão pobre do ladrão rico... Para Dimas - pobre e por isso mesmo crucificado com Ele e que nada tinha a restituir - o perdão imediato em “Estarás comigo hoje na Casa do meu Pai!”... Para Zaqueu - rico não por trabalhar, mas por muito roubar - o perdão só veio mesmo quando ele se assumiu como ladrão e se comprometeu a restituir quadruplicado o que tinha roubado! O texto é de 1655, mas muito atual ao mostrar a metodologia dos “príncipes” que conjugam de todas as formas e modos o verbo roubar e costumam não restituir o dinheiro público vorazmente roubado e até ousam restituir aos cargos aqueles igualmente mal acostumados na conjugação do tal verbo. Segundo o referido Padre vão todos para o inferno e eu sempre fico a me perguntar se haverá braseiro suficiente pra tanto político cínico e ladrão... por isso prefiro lutar para que essas excelências delinqüentes sejam devidamente condenados, como manda a legislação em vigor no país, na experiência terrena mesmo!

Leia a íntegra.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mais de 90% dos assassinatos no campo não são julgados, aponta CPT

Segunda, 27 de junho de 2011

Da Radioagência NP
A impunidade pela falta de julgamento prevalece nas ocorrências de violência no campo ocorridas no Brasil. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dos casos de assassinatos em conflitos agrários ocorridos desde 1985, apenas 8% foram julgados. Entre os mandantes condenados, apenas um continua preso – o acusado pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura.

Nos últimos 26 anos, a CPT registrou 1.186 ocorrências que vitimaram 1.580 pessoas. Deste total, houve apenas 94 condenações. Os estados da Amazônia Legal concentram a maioria dos casos, o que corresponde a 641 ocorrências. Somente no Pará – estado com maior número de mortes no campo – foram registrados 408 casos, contabilizando 621 mortes.

Nestes números não constam os últimos assassinatos ocorridos na região Norte do país, entre eles o do casal de extrativistas assassinados em Nova Ipixuna (PA). Após essa onda de violência, o governo federal se comprometeu a adotar medidas de proteção às vítimas de ameaças de morte, regularização fundiária na região e operações de controle do desmatamento ilegal.

A CPT aponta que ocorre no Brasil “uma contra-reforma agrária” e que “é uma falácia o tal desmatamento zero”, em nota divulgada após os últimos assassinatos.

De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.
27/06/11

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Segunda, 21 de dezembro de 2009
Em 2009 o Brasil foi “O país da corrupção, da impunidade, da crise de valores, da persistência da fome e das filas dos hospitais; um país dividido por uma nova versão, tipicamente brasileira, do muro da vergonha". (senador Pedro Simon - PMDB/RS)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Impunidade de torturadores pode levar Brasil à Corte Interamericana de Direitos Humanos

28 de Agosto de 2009

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresentou no último dia 7 um requerimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) seja intimada a devolver os autos da ação que move contra a interpretação da Lei de Anistia, assinada há exatos 30 anos.
Para a entidade, a lei mantém impune torturadores e mandantes de crimes comuns, como sequestro, tortura, assassinato e estupro, praticados contra presos políticos durante a ditadura militar, de 1964 a 1985.
A PGR pediu vista dos autos da ação, chamada Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, em 3 de fevereiro deste ano. A ação foi iniciada em outubro do ano passado. Cabe ao procurador-geral dar o parecer inicial sobre a ação.
A lei assinada no período de abertura política pelo último presidente militar, o general João Batista Figueiredo, concedeu anistia a todos que cometeram “crimes políticos ou conexos”, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores públicos, militares e sindicalistas punidos com base nos atos institucionais e complementares do regime militar.
Segundo a lei, são conexos “os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política”.
Para o jurista Fábio Konder Comparato, que assina a arguição, “a Lei da Anistia anistiou crimes não violentos. Há uma expressa determinação de que os crimes violentos estão fora do âmbito da Lei de Anistia”. Na opinião do advogado, “crime político é um crime de pensamento, de ideias, não é um crime violento. Quer maior violência do que torturar e matar nas prisões?”, pergunta.
“Nós estamos diante de um crime inominável e nós precisamos que o STF mostre ao povo brasileiro que esse escândalo precisa ser apagado. Democracia não é criar um soberano de opereta. Democracia é dar ao povo o poder de controle sobre todos os governantes e fazer com que aqueles que cometem crimes, estejam onde estiverem, sejam processados e punidos. Esses criminosos precisam ser apresentados ao povo brasileiro e nós precisamos reconhecer que o regime militar foi absolutamente imoral e que manter essa imoralidade não condiz com o caráter republicano e democrático do atual Estado brasileiro”, acrescenta.
Comparato afirma que se o STF achar improcedente a ação, será apresentada uma queixa à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. “O Estado brasileiro não está acima da dignidade do povo brasileiro”, observou o jurista.
Caso a queixa seja apresentada, a comissão poderá acionar a Corte Interamericana de Direitos Humanos, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA). Se a ação ocorrer, será a segunda vez que o país é questionado. Em 26 de março deste ano, a comissão apresentou uma demanda perante a Corte, contra o Brasil, por causa do processo, iniciado em 1982 e ainda não encerrado, sobre o desaparecimento de 70 pessoas ligadas à Guerrilha do Araguaia.
Na avaliação da cientista política da Universidade de Campinas (Unicamp) Glenda Mezarobba, autora do livro Um Acerto de Contas com o Futuro, sobre a anistia de 1979, “há alta chance de o país ser condenado” na corte interamericana por causa do processo da guerrilha.
Ela avalia que a interpretação da Lei da Anistia também pode criar outro passivo para o Brasil. “O caso brasileiro é de autoanistia. Aquela anistia que o ditador concede, cujo principal objetivo é garantir impunidade. No direito internacional, não existe essa possibilidade. Se essa anistia for observada à luz do direito internacional, não tem validade nenhuma”, avaliou.
Glenda diz que um ditador “não tem legitimidade” para fazer anistia dos seus próprios atos e dos atos cometidos pelos agentes do Estado sob sua ordem. Ela destaca que a Lei da Anistia “foi redigida nos termos que a ditadura militar queria. Mas não fala de tortura e de violação de direitos humanos. Abrir mão da punição é cometer um esquecimento coletivo”, enfatiza.
Para a cientista política, “não há vitória a comemorar” na passagem dos 30 anos da Lei da Anistia. “Até 1984, havia mais de duas dezenas de presos políticos em liberdade condicional.” Glenda considera que a arguição apresentada ao STF não é “revanchismo” ou “retaliação” contra os participantes da repressão na ditadura. “O que aconteceu não foi uma guerra, mas um golpe militar. A violência foi uma opção feita pelo governo que queria desarticular a organização da sociedade”.
Na visão de Glenda, o direito internacional determina que os estados democráticos “que herdam legado de violência” têm de fazer o julgamento dos violadores dos direitos humanos (direito de julgamento); abrir arquivos (direito à verdade); indenizar financeiramente e fazer a reparação simbólica das vítimas; além de reformular as instituições de segurança e do Judiciário.
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