Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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segunda-feira, 18 de maio de 2015

"O governo está perdido, sem saber o que fazer", diz Pedro Simon


Segunda, 18 de maio de 2015
Da Tribuna da Bahia
Confira entrevista exclusiva à Tribuna da Bahia
por Osvaldo Lyra 

Tribuna da Bahia - O senhor deixou o Senado da República desencantado com a política do País?
Pedro Simon –
Não tinha lógica eu continuar a disputar uma eleição partidária depois de 85 anos de idade. Uma pessoa como eu, que começou a fazer política lá na juventude, na União Nacional dos Estudantes, e fez política eleitoral desde quando fui eleito vereador, em 1959, em Caxias. Eu vi em 62 o golpe que derrubou João Goulart e se instalou uma ditadura de 21 anos. Em um ciclo de 14 generais nomeados presidentes plebiscitários, e eu participava da luta, como o povo brasileiro, que queria a volta da democracia. Hoje nós estamos vivendo em uma plena democracia. Não há perigo para as instituições, mas eu, que vivi toda aquela época, nunca vivi um momento tão dramático como estamos vivendo agora. Perigo de ditadura, de golpe de Estado, não. Mas perigo de uma anarquização e ridicularizarão, sim. Uma juventude olha para nós pior do que olhavam para os militares no tempo da ditadura. Hoje ser político é vergonha. Vamos olhar para onde é que nós vamos. A presidente Dilma não foi falar à TV no dia 1º de Maio com medo do panelaço. Mesmo ela não indo, o PT fez um programa e o panelaço foi em cima do PT quando apareceu a imagem dela. Não sabemos o que está acontecendo e para onde nós vamos. Dilma fez uma campanha de reeleição falando o tempo todo o que iria fazer. Disse que não iria mexer no direito do trabalhador acusando Aécio que, se ele ganhasse, iria fazer isso que ela está fazendo. Ganhou [a eleição] e está fazendo exatamente tudo que ela disse que não ia fazer.
Tribuna – Acredita que a presidente Dilma já se arrependeu de ter assumido o segundo mandato?
Simon –
Pelo menos, ela já abdicou em parte. A parte econômica, que é a parte complexa e difícil, ela entregou para o ministro da Fazenda [Levy Vasconcelos], um homem do PSDB, que está fazendo, com menos sindicância, tudo aquilo que ela dizia que o PSDB quem iria fazer. A parte política é uma piada. Ela entregou a coordenação política para o vice-presidente [Michel Temer], presidente do PMDB. As nomeações estão com ele, e estão saindo ao montão, e nunca, em toda a crise que estamos atravessando, nunca vimos tanto troca-troca de governo, vota e ganha Ministério, vota e ganha cargo, como está acontecendo agora. Estão preenchendo 1º, 2º, 3º e 4º escalões. Estão nomeando Deus e todo mundo para tentar fazer uma maioria no governo, para tentar vencer essas cláusulas diabólicas que foram apresentadas. O governo Dilma está perdido, está sem saber o que fazer. Absolutamente, sem saber o que fazer.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Pedro Simon quer sustar decreto que condiciona liberação de emendas parlamentares; 'Esse decreto é o vexame dos vexames'

Terça, 2 de dezembro de 2014
Da Redação e Da Rádio Senado

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Pedro Simon no jornal espanhol El Pais: “O PT foi pior que o governo militar em termos de ética”

Quinta, 16 de outubro de 2014
Do Bahia em Pauta

Simon, em um evento no Rio em 2011. / Estadão Conteúdo/EL PAIS
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DEU NO JORNAL ESPANHOL EL PAIS
ENTREVISTA: PEDRO SIMON
Afonso Benites São Paulo

Após quatro mandatos como senador, um como governador e quatro como deputado estadual, Pedro Simon (Caxias do Sul, 1930) está deixando a vida pública. O que era para ser uma aposentadoria por vontade própria, transformou-se em um “exílio” forçado.

Simon (PMDB) havia decidido, no ano passado, que não iria concorrer a mais nenhum cargo eletivo. Seria a primeira eleição em 41 anos que ele só pediria votos para os outros. Foi forçado a mudar de ideia com a morte de Eduardo Campos (PSB), no dia 13 de agosto. O nome que ele apoiava ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, virou o candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Marina Silva. Coube a Simon assumir uma candidatura, que diz ele, não tinha chances de vitória. Teve 16% dos votos para o Senado e acabou em terceiro lugar na disputa.

Na primeira entrevista após a derrota nas urnas, o expoente do PMDB gaúcho analisa as eleições deste ano dizendo que os ataques do PT e a falta de comando do PSB resultaram na derrota de Marina Silva no primeiro turno. Elogia a gestão Itamar Franco (1992-1994), afirma que até a ditadura militar tinha mais ética e moral do que o Governo petista e que o PMDB vive há mais de duas décadas, às custas de migalhas. Uma curiosidade, ele até hoje chama o seu partido de MDB, as siglas de Movimento Democrático Brasileiro, a legenda dos opositores do regime militar que deu origem ao PMDB em 1980. A seguir os principais trechos da entrevista.

Pergunta. O senhor esperava que Aécio e Dilma se enfrentariam no segundo turno?
O que aconteceu com a Marina foi inesperado

Resposta. Não. O que aconteceu com a Marina foi inesperado. Ela tinha uma vitória quase irreversível, mas enfrentou uma campanha de uma brutalidade principalmente por parte do PT. Foi algo radical, violento. O Governo usou as redes sociais, contrataram jovens, fizeram uma espécie de faculdade para que esses jovens atacassem a Marina. Diante disso tudo, a Marina sucumbiu. Por outro lado, houve uma reação à ação do PT que favoreceu o Aécio. Além disso, no último debate do primeiro turno, ele se saiu muito bem. Teve uma parte dos eleitores da Marina que acabou migrando para o Aécio.

P. O senhor está dizendo que o jogo foi sujo. É isso?

R. Mais que isso. Foi algo insuportável. Foram tantos absurdos que quase ninguém suportaria. Ficou fora do terreno da racionalidade. Na verdade, a candidatura da Marina era quase um estado de espírito. Ela queria fundar um partido, a Rede, a Justiça eleitoral não deixou, ela caiu em um partido que a recebeu rapidamente e por um acaso do destino virou candidata. Quando ela surgiu como concorrente, ela tinha uma firmeza tão grande que parecia que a vitória seria irreversível. Eu achava que ela estaria eleita. Em todos os meus anos de vida pública, não me recordo de ter visto algo parecido com o que a Marina sofreu. Na primeira eleição após as Diretas Já, houve o embate do Fernando Collor com o Lula [da Silva]. Eu era governador do Rio Grande do Sul e estava com o Lula. Ele estava empolgando a população. A vitória dele era dada como certa por alguns setores. No último debate o Lula agiu de uma maneira tão violenta que ele perdeu feio. Me lembro de estar assistindo o debate e reconhecemos que ele perdeu o debate, mas isso não alterava o resultado da eleição. No dia seguinte, a Globo, no Jornal Nacional, montou uma edição, cinematográfica, pinçando trechos do debate que mostravam que o Collor era um gênio e o Lula, um idiota. Esse Jornal Nacional derrotou o Lula mais do que o próprio debate.

P. Na sua opinião, esses ataques pelas redes sociais são hoje, pra Marina, o que o Jornal Nacional foi em 1989 para o Lula?
O Aécio esteve a ponto de jogar a toalha
R. Não sei se tiveram o mesmo peso. Mas além das redes sociais, houve todo o uso da máquina institucional. A mobilização contra a Marina foi impressionante. Com o início da propaganda vamos ver outros ataques, mas como isso já ocorreu no primeiro turno, acho que há grandes chances do Aécio ganhar a eleição. Custo a crer que o governo não intensifique os ataques. O Aécio esteve a ponto de jogar a toalha e dizem que foi o Fernando Henrique [Cardoso] quem o estimulou a continuar na disputa. [O candidato tucano já disse que não pensou em desistir da campanha].
P. E por que o senhor confia na vitória de Aécio?
R. O PT está há doze anos no Governo. Se ficar mais quatro anos vai a 16. Não há regime ou ditadura no Brasil, excluindo a militar, que durou tanto tempo. Nem Getúlio Vargas, que ficou 15 anos no poder ficou tanto tempo. Sem contar que de 1934 a 1937 viveu um momento de democracia. Acho que o Governo da Dilma está sentindo o que aconteceu com a Marina e estão preparados para atacar cada vez mais o Aécio.

P. Voltando ao assunto Marina, o senhor acha que ela não fez nada de errado para não ir ao segundo turno? Foi só culpa dos ataques?
O PSB não tem tradição de governo. É um partidinho pequeno, que não tem nada
R. Fazer, ela fez. Faltou um comando mais positivo. O PSB não tem tradição de governo. É um partidinho pequeno, que não tem nada. É gente ingênua, um governadorzinho aqui, outro lá. E a Rede, da Marina, tem menos experiência ainda. Quando estavam com o Eduardo Campos como candidato, era uma campanha normal, tranquila, não se esperava grande coisa. Quando ela entrou, que houve aquela evolução, explodiu o apoio, e veio a guerra do PT, eles não tiveram condições de reagir. Um dos exemplos de coisas erradas foi a questão dos homossexuais, que eles não revisaram o programa de governo e ficou parecendo que ela voltou atrás de um posicionamento que já havia dado. Faltou preparo na formulação do programa do partido. Outra coisa foram as declarações desnecessárias. Por que ela foi discutir a autonomia do Banco Central? Era uma questão que não estava em discussão. Não era ela, ou seu assessor, um economista que quis dar uma de bacana, quem deveriam trazer esse assunto para o debate.

Leia a íntegra de  Pedro Simon no jornal espanhol El Pais: “O PT foi pior que o governo militar em termos de ética”

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Pedro Simon, um raro político que sai da política pela porta da frente

Segunda, 23 de junho de 2014 
Poucos são os homens que saem da política pela porta da frente, com a cabeça erguida e sem enriquecer. Um exemplo dessa espécie raríssima é o senador rio-grandense Pedro Simon, que deixa a política agora ao completar 85 anos de vida mas, infelizmente, sem ver acontecer com o país o que para tanto lutou, mas cujos culpados são aqueles políticos que só saem da política pelas portas dos fundos, alguns para a prisão, mas especialmente daqueles que passam décadas vivendo e se alimentando do esgoto na política.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Pedro Simon deixa a política, mas não abandona os ideais por um Brasil sério

Sexta, 20 de junho de 2014
Senador revela seus planos de percorrer o país unido à luta dos jovens
Jornal do Brasil 
Pamela Mascarenhas

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que no início da semana confirmou que deve se aposentar no ano que vem, quando completa 65 anos de vida pública, pretende continuar lutando por um Brasil mais sério e digno. O caminho escolhido, contudo, é um pouco diferente. Simon planeja percorrer o país unido ao movimento dos jovens, em um trabalho que pode ser visto como "mais ingênuo", mas com o qual ele se identifica mais. Na eminência de uma convulsão social diante da anomia do Estado, o senador ressaltou, em conversa com o Jornal do Brasil por telefone, que a participação da mocidade é a chave para alguma mudança no quadro político.

Simon destaca que sua permanência no Congresso tem sido muito dura e analisa a trajetória do país, com seus bons e maus momentos, enumerando personagens decisivos como os jovens com as redes sociais ou ainda políticos que souberam governar em nome da sociedade. Alerta também para as urgências que devem ser adotadas pelo próximo governo, em um momento marcado por uma "mágoa", uma "tristeza" da população, em um grau talvez pior do que em outras épocas da história brasileira.

Figura ímpar em um cenário político recheado de maus exemplos, Pedro Simon alerta que participação da mocidade é a chave para alguma mudança no quadro político
Figura ímpar em um cenário político recheado de maus exemplos, Pedro Simon alerta que participação da mocidade é a chave para alguma mudança no quadro político
O gaúcho, advogado e professor universitário de forte bagagem acadêmica, ficou conhecido como um político franciscano, que não acumulou bens durante a carreira. Devoto de São Francisco de Assis, fez voto de pobreza. Ao longo dos quase 85 anos de vida, já foi vereador, deputado, ministro, governador e senador. Estreou na política em 1954 como vereador pelo PTB de Caxias do Sul. Foi deputado estadual durante 16 anos e, como presidente do MDB gaúcho, organizou a oposição ao regime militar. Como um dos líderes do PMDB, coordenou a campanha das "Diretas, Já" e percorreu o Brasil com Teotônio Vilela na luta pela anistia. Foi coordenador da CPI que levou ao impeachment de Collor.

Confira a entrevista do Jornal do Brasil com o senador Pedro Simon na íntegra:

JB - Com tantas denúncias e decepções relacionadas ao cenário político brasileiro, mais ainda nos últimos anos com o advento das redes sociais, muito tem se falado sobre um risco iminente de convulsão social. O povo chegou a ter quatro momentos de grande esperança no Brasil, o da Vassoura, com Jânio Quadros, nacionalista e reacionário; o da Revolução, em tentativa de ‘moralização do país”, que acabou caindo em denúncias de corrupção; o do caçador de Marajás, identificado com uma classe mais alta; e o da ascensão da classe trabalhadora, com o PT e a esperança da classe mais pobre. 

Com tantas decepções ao longo da história política do país, o senhor acredita que pode haver uma convulsão social, diante da anomia do estado, que faça com que o povo arregace as mangas por si e procure uma solução?

Interessante, foram situações realmente intensas, que houve movimentação, uma desilusão por parte da sociedade. Jânio Quadros renunciou e terminou com a luta do Brizola e a tentativa de reação, de manutenção da democracia, que depois terminou com a ditadura de 1964. Mas o que eu quero dizer é o seguinte, o que tem de novo é que dessa vez, nas "Diretas, Já", a mocidade foi para as ruas e a mocidade derrotou a ditadura, e a mocidade fez a democracia, essa é a uma grande realidade. Foi uma ditadura de 20 anos, uma ditadura dolorosa, dura, cruel. Tinha os que queriam a guerrilha, tinha os que queriam a luta armada, tinha os que queriam o sequestro e tudo mais, mas foi através da resistência civil, foi através dos jovens na rua, que se conseguiu restabelecer a democracia.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Cortesia com o chapéu alheio

Quinta, 15 de maio de 2014
Do Jornal do Brasil
Pedro Simon
Senado pelo PMDB-RS

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A Petrobras e a responsabilidade do governo

Quinta, 17 de abril de 2014
Pedro Simon*

Do Jornal do Brasil
Na falta de argumentos sólidos o suficiente, capazes de sustentar uma defesa consistente da atuação da Petrobras e dos negócios colocados sob suspeita, o governo tergiversa e acusa a oposição e a mídia de pretenderem desgastar a empresa com uma onda de denuncias.  Aparentemente, essa explicação não está servindo ao propósito esperado pelo Planalto e seus aliados. A maioria dos brasileiros acredita que existe corrupção na Petrobras, uma empresa que há cinco anos estava entre as dez maiores do mundo e, hoje, amarga uma desonrosa 120ª. posição.
O governo faria melhor se reconhecesse sua parcela de responsabilidade nesse descontrole em que se encontra a Petrobras. Feito isso, poderia anunciar uma reformulação completa na direção da estatal. Não seria a primeira vez que um governo agiria dessa forma em resposta a denuncias de corrupção na empresa. Um gesto dessa natureza teria um efeito pedagógico sobre a administração em geral, algo há muito necessário. Mas, governos geralmente não são dados a ousadias desse tipo. Assistimos, recentemente, ao recuo de decisões que pretendiam moralizar a administração pública, quando ministros e altos funcionários foram afastados sob a acusação de corrupção e ‘mal feitos’. Infelizmente, foram chamados de volta, sob a imperiosa necessidade de recompor a base aliada e tornar possível a manutenção da governabilidade.
Talvez devêssemos procurar nessa tal de governabilidade e nos termos em que está colocada atualmente, a raiz dos problemas da Petrobras. Em troca de apoio e votos no Congresso, o governo levou ao limite da irresponsabilidade o loteamento de cargos na empresa. Diretorias e departamentos inteiros foram entregues aos partidos aliados, que colocaram nesses postos a sua gente de confiança, não propriamente exímios conhecedores das áreas em que iriam atuar.  O resultado está aí. Já tivemos o mau exemplo do Banco do Brasil e dos Correios, denuncias que deram origem a Comissões Parlamentares de Inquérito. Movimentos que por sua vez levaram ao mensalão. A dúvida agora é o quanto esse caminho continuou sendo palmilhado e imaginar o desfecho possível
*Pedro Simon é senador pelo PMDB-RS.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Senado na contramão

Quinta, 10 de abril de 2014
Pedro Simon*
As manobras que derrotaram ontem, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) específica para a Petrobras, necessária para investigar o negócio bilionário da compra de uma refinaria nos Estados Unidos, contribuem para um desgaste ainda maior da instituição junto à opinião pública. Ao decidir pela ampliação da investigação, incluindo um porto no Nordeste e o metrô de São Paulo, o governo e a base aliada no Congresso embaralham as cartas e produzem fumaça suficiente para que não se vislumbre qualquer horizonte definido para a conclusão dos trabalhos.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Não existe almoço grátis

Terça, 17 de dezembro de 2013
Pedro Simon*
Jornal do Brasil
Não existe almoço grátis. Em política, então, a frase do prêmio Nobel de Economia de 1976, o norte-americano Milton Friedman (1912-2006), é mais do que verdadeira. Tornou-se um indicativo de que não há ações desinteressadas, mesmo as mais prosaicas. O que dizer então quando nos deparamos com doações milionárias de empresas privadas a campanhas eleitorais? A influência do dinheiro na escolha é evidente quando se acompanha o quanto é necessário dispor para concorrer a um cargo eletivo.  

O custo das campanhas sobe ano a ano – bem mais do que a inflação oficial.  Em dez anos, de 2002 a 2012, o custo das campanhas eleitorais passou de R$ 798 milhões para fantásticos R$ 4,5 bilhões. Desse total, 95% foram bancados por empresas, especialmente empreiteiras. Muitas com negócios que dependem do governo, e todas interessadas em decisões do Congresso que possam afetar seus negócios. Dessa forma, a independência dos eleitos fica comprometida.

Essa questão está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF) na forma do julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O texto propõe a proibição da doação de empresas nas eleições. O argumento é simples, mas poderoso: empresas não podem participar a escolha de representantes do povo, um privilégio do cidadão. A indicação que temos é de que o tribunal, que recém nos ofereceu uma demonstração de respeito aos  princípios da cidadania e da ética, deverá concluir de forma a pôr um fim na influência excessiva e despudorada do capital nas eleições e na democracia.

A atividade do STF no que tange à legislação eleitoral desperta contrariedade no parlamento. Para alguns, a justiça se intromete em assuntos que entendem como privados da classe política. Há décadas o Congresso Nacional anda as voltas com inúmeras propostas de reforma política e eleitoral. Mas, nada de efetivo se realiza no sentido de modernizar e democratizar nossa legislação. 

O financiamento público exclusivo das campanhas, por exemplo, é uma forma de democratizar a disputa e evitar abuso do poder econômico.  Em bom português, o Congresso não faz a sua parte e, em decorrência dessa omissão abre espaço para a atuação do STF. Foi assim quando optou por garantir a fidelidade partidária. Em política, como na física, também não há espaço vazio.

*Pedro Simon é senador pelo PMDB-RS

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BNDES em dívida com a sociedade

Terça, 10 de dezembro de 2013
Pedro Simon*
Criado em 1952, como uma autarquia federal pelo presidente Getúlio Vargas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) teve a finalidade de participar como órgão indutor e planejador da industrialização que tomava impulso no país. Duas décadas depois se tornou empresa pública e, em 1982, recebeu na sigla o acréscimo da letra S, de ‘social’. A alteração pretendia refletir uma preocupação oficial com um maior equilíbrio na distribuição dos frutos do crescimento econômico.

Hoje, o BNDES não é conhecido por ações na área social, mas por uma política de apoio a grandes corporações privadas com a utilização de recursos públicos. O relatório de uma comissão parlamentar indica que num curto período de cinco anos, a partir de 2008, o BNDES gastou cerca de R$ 700 bilhões para comprar participações em empresas. Desse total, R$ 300 bilhões saíram do Tesouro Nacional, informa a revista AméricaEconomia.

Muitos empreendimentos resultaram em graves prejuízos astronômicos, gerando consequências para o endividamento público. Para financiar o banco, o governo lança títulos da dívida pública. Paga juros de mercado de 10%, ou mais ao ano e o BNDES repassa esse dinheiro por meio de empréstimos a empresas selecionadas - não se sabe por quais critérios -, a uma taxa de 6%. A diferença é paga pelos brasileiros que trabalham, e sequer têm ideia da forma voluntariosa com que o dinheiro público é tratado.

Além disso, o BNDES também saca do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), recurso que deveria ser protegido de ações temerárias, para estimular negócios e aventuras como as do ex-bilionário Eike Batista. Com a falência do empresário, R$ 10,4 bilhões foram pelo ralo, sem que se tenha notícia de qualquer ação do governo para recuperar essa fortuna mal aplicada. Prejuízo semelhante é o resultante de aplicações que somam R$ 8,1 bilhões em um frigorífico, cujas ações vêm caindo de valor ano a ano.

Tais prejuízos não podem ser considerados meros ‘acidentes’, conforme declaração de um executivo do banco em audiência no Congresso Nacional. Embora alegue razões de sigilo empresarial para não fornecer informações detalhadas sobre sua atuação, o BNDES deve muitas explicações à sociedade.

*Pedro Simon é senador da República pelo PMDB-RS.
Fonte: Jornal do Brasil

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Dívida dos estados exige movimento nacional

Quinta, 26 de setembro de 2013 
Artigo publicado originariamente no Jornal do Brasil
Pedro Simon*
Nenhum botequim ou negócio, por mais modesto, seria capaz de se manter por muito tempo caso fosse submetido às condições contratuais atualmente praticadas pela União com relação à dívida dos estados da federação.  Tomo o exemplo do meu estado, o Rio Grande do Sul, mas os demais vivem situação semelhante. Essa circunstância impõe a urgência da deflagração de um movimento nacional por uma revisão dos números dessa dívida. Em 1997, o Rio Grande devia R$ 11 bilhões à União, pagou R$ 18,7 bilhões até 2010 e, em 2012, ainda devia R$ 40 bilhões. Aproximadamente 13% da arrecadação são consumidos pelo serviço de uma dívida que não para de crescer.

Com referência à totalidade dos estados, contabilizando as dívidas e pagamentos de 1999 até 2011, a situação era a seguinte: com uma dívida de R$ 121 bilhões, os estados pagaram R$ 165 bilhões, enquanto o montante devido chegou à impressionante cifra de R$ 369 bilhões. A atualização dos contratos elevou em 589% a dívida, em contraste com uma inflação oficial de 133% no período. Um trabalho pesado e sem trégua capaz de humilhar Atlas, condenado por Zeus a sustentar os céus por toda a eternidade.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Simon critica duramente o PT e Dilma por casuísmo contra Marina

Quarta, 24 de abril de 2013
Para o senador, a presidente age como “política vulgar” ao se submeter a um pragmatismo excessivo  

No discurso mais contundente feito este ano no Senado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) classificou como “pacote de abril” da presidente da República Dilma Rousseff, o projeto de lei aprovado na Câmara e em discussão no Senado “em regime de urgência” que, praticamente, restringe a criação do partido de Marina Silva.  

- Dilma começa a perder a credibilidade, aparecendo como política vulgar ao tentar impedir que Marina crie partido, enquanto o PT esquece sua história e se submete ao Palácio – afirmou Simon.  

De acordo com o texto, parlamentares que ingressarem em novos partidos não levarão junto o tempo de rádio e TV e os recursos proporcionais que detinham em suas siglas de origem. A nova norma é considerada casuísmo por Simon, porque atinge principalmente o partido que Marina Silva tenta criar, Rede de Sustentabilidade. “Há pouco tempo foi permitida a criação do partido de Kassab, porque vinha apoiar o governom e agora mudam-se as regras para tirar Marina do jogo eleitoral”, desabafa Simon.  

Leia abaixo frases do discurso, postadas no twitter @simonimprensa
"O PT está nos tirando o direito de ter esperança. O PSDB naufraga em meio à crise interna. O PMDB diz que se prepara para 2018, uma piada."
• Simon apela aos senadores do PT para que não se submetam. "Não ajudam Dilma agindo assim."
• "Dilma nunca fez política, e olha só o ministério. Quem ali pode servir de conselheiro?", questiona Simon.
• "Pacote de abril de Dilma pode ser o início de uma escalada, pois acostuma mal", diz Simon.
• Simon: o Senado vai votar o pacote de abril da Dilma e impedir criação democrática do partido da Marina.

• Simon: Prestígio não é eterno. O PMDB e a Arena se desmoralizaram, e o PT vai para o mesmo caminho. Votei na Dilma e o pragmatismo venceu.
• Simon: Petrobras desmancha, juros sobem e inflação retorna. E Dilma impede criação de partido de Marina. Nunca imaginei essa situação!

- Simon: Dilma começa a perder a credibilidade, aparecendo como política vulgar ao tentar impedir que Marina crie partido.

• Simon: Governo e Dilma aceitaram PSD, partido criado por Kassab para apoiar o governo. Agora, impedem o partido de Marina.

• Líderes do PT que ontem diziam que votação era anti-democrática, agora são pressionados a votar contra Marina.
• PT caminha na direção de implosão, pois credibilidade do partido e de Dilma se ligam às práticas da antiga Arena, partido da ditadura.

• Simon diz que normas que impedem Marina de criar a Rede, é "pacote de abril", referindo-se à época em que Geisel fechou o Congresso.

• Simon destaca pressão do PT contra Suplicy e Jorge Viana para que votem normas que impedem Marina de criar seu partido.

• Quando candidato ao governo/RS, Simon foi à Justiça Eleitoral para garantir o direito de Olívio Dutra concorrer. O PT não estava formalizado.

 
Fonte: Assessoria de Imprensa do senador Simon 24/04/2013 - 18:54

sábado, 22 de dezembro de 2012

Em balanço do ano, Pedro Simon destaca julgamento do mensalão e falta de indiciamentos na CPI do Cachoeira

Sábado, 22 de dezembro de 2012
Agência Senado
Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (20), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez uma avaliação do ano de 2012, destacando a “atuação inédita e excepcional” do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão. Ele lembrou que a maior parte dos atuais ministros do STF foi indicada pelos presidentes Lula e Dilma e disse que a condenação de muitos réus ligados ao PT mostra a imparcialidade dos integrantes da Corte.
- Não tenho dúvida de que vamos viver outro estilo de Judiciário após o julgamento do mensalão. A impunidade foi ferida de morte no Brasil – afirmou.
Simon lamentou a conclusão dos trabalhos da CPI do Cachoeira sem indiciamento de nenhum dos investigados. O senador lembrou que chegou a pedir à Comissão de Ética para investigar os integrantes da CPI, pois “todos comentam os arranjos macabros que foram feitos”. Para Simon, a comissão “escondeu tudo debaixo do tapete”.
- Nem o seu Cachoeira foi indiciado. Eu não me lembro de nada parecido com isso no Congresso Nacional – lamentou.
Simon ainda avaliou como “uma ideia infeliz” a do ministro Luiz Fux, do STF, que concedeu uma medida cautelar determinando a apreciação dos vetos por ordem cronológica – o que, na prática, inviabilizou a apreciação dos vetos à nova lei dos royalties do petróleo. O senador disse que, nos mais de 30 anos que está no Congresso, sempre houve o pedido de prioridade na apreciação de vetos. Ele disse ter esperança de que, em marco de 2013, seja encontrada uma solução para o caso.
O parlamentar gaúcho manifestou confiança num ano diferente em 2013, com o STF declarando o fim da impunidade, a presidente Dilma Roussef sendo mais firme e o Congresso tendo uma nova realidade. Simon sugeriu o nome do senador Pedro Taques (PDT-MT) para a presidência do Senado e pediu urgência na aprovação da Ficha Limpa para os cargos do Executivo.

sábado, 1 de setembro de 2012

Conluio dos grandes partidos

Sábado, 1 de setembro de 2012
Carlos Chagas, na Tribuna da Internet
A importância do julgamento do mensalão ofuscou, esta semana, escândalo de razoáveis proporções, denunciado da tribuna do Senado por Pedro Simon: PMDB, PSDB e PT entraram em conluio na CPI do Cachoeira para proibir que deputados e senadores, fazendo perguntas a Fernando Cavendish, aproveitassem para expor a participação do empreiteiro nas lambanças de Carlinhos Cachoeira.
 
Simon denuncia blindagem de Cavendish
Cavendish estava amparado por habeas-corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal para ficar calado durante o depoimento, mas as indagações que receberia serviriam, mesmo sem respostas, para mostrar seus malfeitos. O que fizeram o presidente e o relator da CPI? Simplesmente proibiram as perguntas. Mais ainda, liberaram o depoente dois minutos depois de ter ele exibido a autorização da mais alta corte nacional de justiça para permanecer em silêncio.

Mas teve pior, disse Pedro Simon: PT, PSDB e PMDB, mancomunados, esvaziaram a sessão, não enviando seus líderes e, mesmo, seus representantes. Um acordo havia sido celebrado entre eles para tornar completamente inócua a presença de Cavendish, que nem ao menos ouviu os questionamentos capazes de expor sua participação nas tramóias em exame.

Felizmente ainda existem senadores como o representante gaúcho, capaz de denunciar a nudez do rei, mesmo sendo seu súdito. Se o empreiteiro tinha o direito de não depor contra ele mesmo, em que lei estava escrito que os parlamentares não poderiam fazer suas perguntas, esmiuçando o escândalo?

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Para Simon, esquema de Cachoeira prosperou com conivência do Estado

Sexta, 1 de junho de 2012
Na avaliação do senador Pedro Simon (PMDB-RS), as ações criminosas de Carlinhos Cachoeira não teriam prosperado se tivessem sido punidos os responsáveis pelo esquema de pagamento de propina revelado em 2004, por meio de conversa gravada entre o contraventor e Waldomiro Diniz, então assessor da Casa Civil.

– As proezas do senhor Cachoeira vêm de longe e se tivessem sido tomadas as providências, desde o episódio do grampo de propina com Waldomiro Diniz, a crise não teria chegado aonde chegou – disse.
O senador questionou o fato de o aparato de fiscalização da Receita Federal, “um dos mais sofisticados do planeta”, segundo ele, não conseguir identificar negociações ilícitas envolvendo grandes empresas, como as que estão sendo agora investigadas pelo Congresso por meio da CPI.

– Por que figuras como o senhor Cachoeira e tantos outros, alguns deles bastante conhecidos, passam ilesos a tanta sofisticação tecnológica, ainda que ostentem padrões de vida incompatível com seus alegados rendimentos? Por que para esses a Receita é míope? – questionou.

Em seu discurso, nesta sexta-feira (1), Simon fez um paralelo entre o esquema de Carlinhos Cachoeira e o caso do Mensalão, questionando as motivações para o encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, ocorrido em abril, no escritório do ministro aposentado do STF Nelson Jobim.

Conforme divulgado na imprensa, o ex-presidente teria levado a Gilmar Mendes argumentos sobre a inconveniência de o Supremo votar neste momento o caso do Mensalão.

– Até um estudante de Direito saberia que a protelação do julgamento só interessa a quem aposta na prescrição dos crimes que são imputados aos réus. A inconveniência de julgar já tem a ver com a conveniência em ver prescrever os delitos. Nada mais, afirmou Pedro Simon.

Fonte: Agência Senado

terça-feira, 22 de maio de 2012

Senador Pedro Simon diz que a CPI do Cachoeira virou um deboche e quer Agnelo depondo

Terça, 22 de maio de 2012
Da Agência Senado

Pedro Simon critica CPI e pede investigação da construtora Delta e de governadores


O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou em Plenário, nesta segunda-feira (21) a CPI do Cachoeira por não convocar o ex-presidente da empreiteira Delta Fernando Cavendish e os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Além disso, ele afirmou que a CPI virou um “deboche e está colocando o Congresso Nacional numa situação ridícula perante a sociedade”.

- As charges que estão publicando do Congresso são ofensivas a ponto de se entrar na Justiça protestando. Vai perder, porque a charge é verdadeira, diz o que está acontecendo – disse o senador.

Simon lembrou que a CPI foi criada a partir de denúncias comprovadas por investigações da Polícia Federal, e com pedido de inquérito apresentado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), no caso do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A Procuradoria Geral da República, lembrou, também pediu investigações sobre a operação que resultou na venda da construtora Delta, logo após as denúncias de envolvimento da cúpula da empresa com Carlinhos Cachoeira. Apesar disso, reclamou Simon, os integrantes da CPI alegam faltar provas para convocar representantes da empreiteira Delta e os governadores Marconi, Agnelo e Cabral.

O senador sugeriu que se faça uma força tarefa para fazer o que a CPI não estaria fazendo. Algumas das ações propostas por ele são de investigação na empreiteira Delta com o bloqueio dos bens dos proprietários e dos seus sócios, investigação da evolução dos bens dos parentes e dos cônjuges, quebra do sigilo bancário, fiscal, telefônico, e a retenção dos passaportes.

- O presidente da Delta se licencia, larga o cargo e vai transferir-se para Nova York, vai botar uma firma lá e tudo continua igual – criticou o senador, referindo-se a Fernando Cavendish.

Simon também pediu ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, na CPI, que mobilize a instituição para exigir investigação isenta sobre o escândalo. Também sugeriu que Ophir convoque os jovens das redes sociais para manifestarem a insatisfação da sociedade brasileira.

BNDES

Pedro Simon questionou especialmente a compra da empreiteira Delta pelo grupo J&F, detentor do frigorífico JBS. Ele considerou um absurdo o fato de uma empresa denunciada por fraudes, corrupção e superfaturamento ter sido vendida a um frigorífico em cujo capital o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem 31% de participação.

Sobre o assunto, os senadores Ana Amélia (PP-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Roberto Requião (PMDB-PR) fizeram apartes para falar que o BNDES está “esquecendo que é um banco social para ser lucrativo” e que não é papel deste banco “financiar a fusão” de grandes empresas.

- Não é para isso que ele [BNDES] foi feito. De repente, o “s” está sendo o “s” de salvação de frigoríficos e de empreiteiros e não o “s” de social – criticou o senador Cristovam.

sábado, 14 de abril de 2012

"Não espero nada nem do Congresso, nem do Executivo e nem do Judiciário, somente da sociedade" , diz o senador Pedro Simon

Sábado, 14 de abril de 2012
Do Correio da Cidadania



Escrito por Valéria Nader e Gabriel Brito, da Redação
Em meio a mais um imenso escândalo que teria potencial para esfarelar metade da República, desta vez envolvendo o senador Demóstenes Torres e suas relações com o bicheiro/empresário Carlinhos Cachoeira, cujos negócios e interesses eram cuidados por um dos parlamentares mais moralistas e “anticorrupção” dos últimos tempos, o Correio da Cidadania conversou com outro senador, Pedro Simon (PMDB-RS). Após alguns dias de afastamento, logo voltou à tribuna afirmando se tratar do pior, entre tantos, momento da Câmara Alta desde que a habita.

Diante de tamanha desmoralização das instituições, Simon não hesita em desacreditar todas as instâncias do poder, admitindo que somente a participação e interferência da sociedade podem alterar o atual rumo de nossa política de cabaré. Apesar de reconhecer méritos éticos em Dilma, em quem deposita confiança para moderar minimamente o jogo fisiológico e o “troca-troca em que a base aliada já está viciada”, o senador cita a lei da Ficha Limpa como exemplo de que mudanças positivas só podem vir de fora dos poderes.

Sobre seu partido, Pedro Simon afirma que não tem mais nada a ver com o velho MDB e sua situação de descrédito é irreversível, o que reforça suas esperanças na atuação e pressão da sociedade civil. E mesmo elogiando a presidente Dilma, faz coro a alguns críticos do governo ao analisar sua relação com José Sarney, pois, tal como fez Lula, “dá a ele mais atenção do que eu gostaria”.

A entrevista completa pode ser lida a seguir.

Correio da Cidadania: Antes de iniciar a entrevista, vimos a fala do senhor na tribuna do Senado, onde ressalta que a semana passada foi talvez das piores que já passou no Congresso. Sendo assim, como o senhor vem enxergando o atual momento político de nossa República, especialmente no que diz respeito à relação da atual mandatária com o Congresso - com sua base aliada e com a oposição?

Pedro Simon:

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Simon reclama de 'boicote' à Ficha Limpa com demora na aprovação de indicada ao STF

Quarta, 23 de novembro de 2011
Da Agência Senado
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Além da discussão sobre a Desvinculação de Receitas da União (DRU), assunto de grande interesse do governo, outro tema provocou confusão na reunião extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (23): a análise da indicação da ministra Rosa Maria Weber para o Supremo Tribunal Federal.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu a leitura do relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a indicação da ministra, que não havia sido lido na sessão ordinária da comissão, ocorrida pela manhã. O pedido, porém, foi negado pelo presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), com a justificativa de que a sessão extraordinária havia sido convocada apenas para a leitura da proposta que trata da DRU (PEC 114/2011).

Além disso, Romero Jucá havia pedido o adiamento da leitura do relatório para a próxima quarta-feira (30).

Segundo Simon, a matéria era consensual e deveria ser lida com urgência, já que a demora do Senado em aprovar a indicação da nova ministra ao STF poderia atrasar o julgamento da Lei da Ficha Limpa 

A validade da lei, argumentou o senador, precisa ser confirmada ainda este ano para que se defina logo o cenário para as eleições municipais de 2012.

O pedido de Simon foi negado pelo presidente da CCJ com a justificativa de que a sessão extraordinária havia sido convocada apenas para a leitura da proposta que trata da DRU (PEC 114/2011), logo não poderia haver inclusão de novos itens na pauta. Além disso, Jucá havia pedido o adiamento da leitura do relatório para a próxima quarta-feira (30).

- Fica claro que vocês estão boicotando, que não querem que a ministra seja escolhida, porque não querem que a Ficha Limpa seja votada este ano. Isso é um conluio; vai desmoralizar o Senado - reclamou Pedro Simon, que chegou a ameaçar se retirar da reunião em sinal de protesto, mas foi acalmado pelos colegas.

A nova ministra é aguardada no STF para dar continuidade ao julgamento da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que definirá a validade da regra, a partir das eleições de 2012.

Em sessão de julgamento no último dia 9, o relator de duas ações declaratórias de constitucionalidade sobre o tema, ministro Luiz Fux, apresentou voto favorável à Lei da Ficha Limpa, com pequenas ressalvas. Na sequência, o segundo ministro a votar, Joaquim Barbosa, decidiu pedir vista, para aguardar a posse da nova ministra e evitar a possibilidade de um empate na votação. Desde a aposentadoria de Ellen Gracie, o Supremo funciona com dez ministros.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sexta, 25 de março de 2011
"Temos a impressão que o Supremo matou a Ficha Limpa" (senador Pedro Simom)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Simon quer discutir na CCJ informações da Procuradoria-Geral sobre Erenice Guerra

Sexta, 17 de setembro de 2010
Da Agência Senado

Senador Pedro Simo

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) informou nesta sexta-feira (17), em entrevista à Agência Senado, que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) enviou ao procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos, pedido de informação sobre denúncias de tráfico de influência na Casa Civil, envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra.

O requerimento solicitando as informações foi apresentado à comissão pelo próprio Simon e os entendimentos para o envio da solicitação ao procurador-geral foram acertados em conversa por telefone mantida com o presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO).

Simon informou ainda que Demóstenes convocará uma reunião extraordinária da CCJ, antes das eleições, para analisar os documentos a serem enviados pela Procuradoria Geral da República.

- Temos que conhecer o conteúdo das denúncias que chegaram à Procuradoria, saber das providências tomadas e analisar o assunto na Comissão de Constituição e Justiça do Senado - disse.

Simon afirmou que a Procuradoria Geral da República possui muitos documentos com relação às denúncias veiculadas pela imprensa nos últimos dias, as quais envolvem o filho de Erenice Guerra e servidores da Casa Civil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos Correios.

Na opinião do parlamentar, os fatos ocorridos são graves e o Senado precisa ser informado sobre as origens e os desdobramentos desse caso, bem como das providências adotadas pela Procuradoria.