Segunda, 27 de junho de 2011
Da Radioagência NP
A impunidade pela falta de julgamento prevalece
nas ocorrências de violência no campo ocorridas no Brasil. Segundo dados
da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dos casos de assassinatos em
conflitos agrários ocorridos desde 1985, apenas 8% foram julgados. Entre
os mandantes condenados, apenas um continua preso – o acusado pelo
assassinato da missionária Dorothy Stang, o fazendeiro Vitalmiro Bastos
de Moura.
Nos últimos 26 anos, a CPT registrou 1.186 ocorrências que vitimaram
1.580 pessoas. Deste total, houve apenas 94 condenações. Os estados da
Amazônia Legal concentram a maioria dos casos, o que corresponde a 641
ocorrências. Somente no Pará – estado com maior número de mortes no
campo – foram registrados 408 casos, contabilizando 621 mortes.
Nestes números não constam os últimos assassinatos ocorridos na
região Norte do país, entre eles o do casal de extrativistas
assassinados em Nova Ipixuna (PA). Após essa onda de violência, o
governo federal se comprometeu a adotar medidas de proteção às vítimas
de ameaças de morte, regularização fundiária na região e operações de
controle do desmatamento ilegal.
A CPT aponta que ocorre no Brasil “uma contra-reforma agrária” e que
“é uma falácia o tal desmatamento zero”, em nota divulgada após os
últimos assassinatos.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.
27/06/11