Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Justiça julga nesta quarta a legalidade da compra da TV Record por Edir Macedo

Da Tribuna da Imprensa

"Edir Macedo já é tão poderoso que a imprensa tenta esconder o julgamento no Tribunal Regional Federal esta quarta-feira

Carlos Newton
Inacreditável! Muitos blogs estão reproduzindo as matérias da Tribuna da Imprensa que anunciam para o dia 12 de janeiro, às 14 horas, no Tribunal Regional Federal de São Paulo, à Av. Paulista, no edifício quadrante 4, 15º. andar, o julgamento da Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Federal, visando a anulação da compra da TV Record por Edir Macedo ou Igreja Universal do Reino de Deus.

Durante vários anos, a imprensa deitou e rolou em cima do bispo Macedo, até o ridicularizando, por causa dessa complexa e rumorosa milionária aquisição. E agora, quando se anuncia, finalmente, o julgamento do processo, o que se vê? Nenhuma notícia nos jornalões, revistas, rádios e TV. Por que tão covarde silêncio?

Muito simples. O bispo de ontem – atacado, humilhado e preso – não existe mais. Além de chefe supremo da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo é hoje um dos mais poderosos controladores da mídia nacional. Quando atacado pela TV Globo, responde na hora e à altura. Quando criticado pelos jornalões, vai à justiça buscar reparação e acaba acuando a todos sem distinção.

Isto tudo, sem falar no poder político dos evangélicos, que têm no Congresso Nacional cerca de 70 convictos deputados e senadores.

Para que todos bradam por liberdade de imprensa, se covardemente sonegam dos leitores e telespectadores um fato tão importante como esse? Ou a liberdade de imprensa é um direito que os donos dos órgãos de imprensa usam somente quando seus interesses são contrariados ou quando a matéria a ser divulgada não lhes causará embaraço algum?

Que pena! Graças aos blogs, livres e descomprometidos, daqui a pouco, ninguém mais prestará atenção nas notícias velhas ou controladas, divulgadas pela temerosa imprensa tradicional e sempre com 24 horas de atraso. Que pena!"