Terça, 23 de agosto de 2011
A ministra do Planejamento, Miriam
Belchior, disse nesta segunda-feira (22) que os protestos contra a
construção de Belo Monte são “de uma minoria”.
Ela disse que todos que
possuem uma visão técnica, e não ideológica, serão convencidos da
necessidade da hidrelétrica no Rio Xingu, no Pará.
A
ministra diz que Belo Monte será um exemplo de implantação “com
respeito social e ambiental”. A ministra adiantou que o governo
divulgará uma portaria em setembro com o objetivo de acelerar os
processos de licenciamento ambiental para novas hidrelétricas.
Para
o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Erwin
Krautler, o governo “falseia a realidade” ao dizer que os protestos
contra a obra são de uma minoria. Para ele, os protestos refletem as
reivindicações de “um povo desesperado”.
Ele conta
que indígenas e ribeirinhas estão extremamente preocupados com a
diminuição do fluxo de águas, o que deve provocar o deslocamento de
populações. Dom Erwin Krautler afirma que a “ política do governo é um
rolo-compressor” sem possibilidades de diálogo.
Krautler,
que vive na região afetada pelas obras, disse que há muita insegurança
na região. Para ele, o preço das indenizações pagas aos moradores para
deixarem as terras são somas irrisórias.
A
ministra falou sobre Belo Monte durante o evento "Hidrelétricas: as
necessidades do País e o respeito à sustentabilidade”, promovido pela
revista Carta Capital em São Paulo.
As declarações foram dadas após a realização do Ato Mundial contra a Construção da Hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Pelos menos 16 países e 18 cidades brasileiras realizaram manifestações.(pulsar/brasildefato)