Sexta, 17 de fevereiro de 2012
Da Agência Brasil
Paula Laboissière, repórter da Agência Brasil
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) informou, por meio de nota, que a interdição ética da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Samambaia
será mantida até que a Secretaria de Saúde do DF tome as medidas
necessárias para o cumprimento da obrigação de oferecer um serviço de
saúde adequado às necessidades da população.
“Agindo em interesse da comunidade, dentro da conduta estabelecida
pelo Código de Ética Médica e da lei, o conselho suspenderá a interdição
assim que a Secretaria de Saúde do DF tomar medidas concretas para
corrigir os problemas da UPA”, ressaltou o comunicado.
O CRM-DF reforçou que a interdição ética aplicada na UPA de
Samambaia na última segunda-feira (13) foi aplicada porque não havia
condições mínimas para o exercício da medicina no local. O órgão
ressaltou ainda que a decisão não significa o fechamento da unidade.
“O governo do Distrito Federal é quem determina se a UPA fica ou não
aberta. Os médicos ficam impedidos de dar expediente na UPA até o GDF
proporcionar as condições mínimas para que eles possam dar atendimento
de saúde digno e seguro à população”.
Também por meio de nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que o
pronto-socorro pediátrico do Hospital Regional de Samambaia foi reaberto
em razão da adesão de profissionais da UPA à interdição ética.
Outra medida anunciada pelo governo local trata da recomposição do
quadro médico da UPA por meio de contratação emergencial de
profissionais.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do DF informou que
não há previsão para a retomada do atendimento na UPA, mas que o
resultado do concurso para contratação temporária de médicos deve ser
publicado hoje (17). A expectativa do governo é que, “talvez no início
de março”, os profissionais comecem a ser distribuídos nos locais onde
há maior urgência.
A equipe de reportagem da Agência Brasil esteve na UPA de Samambaia
na última quarta-feira (15) e constatou que apenas um médico permanecia
no local, mas atendia apenas casos de urgência e emergência, quando há
risco de vida. Segundo funcionários da unidade, o quadro de
plantonistas, normalmente, conta com dois profissionais de cada
especialidade – clínica médica e pediatria.