Terça, 28 de maio de 2013
Renata Giraldi* 
Repórter da Agência Brasil
 No Chile, o juiz Álvaro Mesa Latorre, do Tribunal de 
Apelação de Temuco, acusou 15  militares da Força Aérea pelo 
envolvimento no assassinato e tortura de opositores da ditadura, em 
1973. Latorre acusa os oficiais de serem autores ou cúmplices dos crimes
 investigados. Ele determinou que permaneçam em prisão preventiva. A 
cidade de Temuco fica a 672 quilômetros de Santiago, a capital do país.
No período entre 1973 e 1990, mais de 3.200 chilenos morreram nas 
mãos de agentes do Estado e, deles, 1.192 continuam desaparecidos. 
Advogados de defesa dos militares disseram que vão recorrer da prisão 
preventiva decretada pelo juiz.
Dos 15 acusados, 11 estão em prisão preventiva desde o dia 24. 
Joseph Beraud, um dos advogados do processo, comemorou a decisão do 
juiz. “O magistrado conseguiu comprovar a participação dessas pessoas”, 
disse.
Segundo a resolução do juiz, os 15 oficiais estão envolvidos na 
execução sumária e posterior desaparecimento do médico Hernán Henríquez 
Aravena e do enfermeiro Alejandro Flores Rivera, assassinados em 2 de 
outubro de 1973 na Base Aérea Maquehue, nos arredores de Temuco.
Hernán Henríquez era o diretor do Serviço Nacional de Saúde das 
províncias de Malleco e Alejandro Flores. Rivera era o presidente 
regional da Federação dos Trabalhadores na Saúde. Os militares também 
foram acusados de crime de tortura de outros três opositores à ditadura 
de Augusto Pinochet.
Emilio Sandoval Poo, um dos acusados, foi julgado à revelia e 
condenado a 15 anos de prisão em novembro de 2011 pela Justiça da França
 pelo desaparecimento do sacerdote francês Étienne Pesle Menil, detido 
em Temuco em 1973.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
 
 
 
